Sergipe é o terceiro estado do país com maior taxa de desocupação

Sergipe é o terceiro estado do país com maior taxa de desocupação

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (10) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAC-C), que aponta Sergipe como o terceiro estado do país com a maior taxa de desocupação, com 18,4%, o que representada 189 mil pessoas desempregadas. A taxa é a maior desde o início da série histórica, em 2012. 

Conforme a pesquisa, durante todo o ano de 2020, as maiores taxas de desocupação ficaram com Bahia (19,8%), Alagoas (18,6%), Sergipe (18,4%) e Rio de Janeiro (17,4%), enquanto as menores com Santa Catarina (6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%) e Paraná (9,4%). 

Referente ao 4º trimestre de 2020, Sergipe apresenta taxa de 18%, o que significa uma estabilidade estatisticamente em relação ao 3º trimestre, quando registrou 20,3%. O estado possui nível de ocupação de 45,1%, representado por 859 mil pessoas ocupadas, do total de 1.902 milhão da população com 14 anos ou mais de idade, considerada apta para trabalhar. Comparando o resultado com o mesmo período em 2019, esse nível teve uma queda de 6,4 pontos percentuais.

A Pnad Contínua aponta aumento no grupo de trabalhadores por conta própria de 17,7% na comparação entre o terceiro e o quarto trimestre de 2020, chegando a 263 mil pessoas, 40 mil a mais do que no trimestre anterior. Com isso, o percentual de pessoas de 14 anos ou mais que estavam ocupadas por conta própria em Sergipe é de 30,7%. Em relação ao rendimento médio real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas (R$), no quarto trimestre de 2020 houve uma estabilidade do valor, que é de R$ 1.879. 

O economista Rodrigo Rocha, em entrevista à TV Atalaia, no programa Balanço Geral, disse que a crise econômica vem sendo atenuada desde o ano de 2014, e em 2020 se agravou diante da pandemia do novo coronavírus, quando muitas empresas fecharam as portas definitivamente. 

“Inclusive muitas delas não conseguiram retomar as atividades quando foram liberadas, porque não aguentaram a dificuldade financeira que passaram durante a pandemia. Isso gerou toda uma dificuldade que acarretou numa maior desocupação em Sergipe”, disse. 

As novas medidas restritivas anunciadas pelo Governo do Estado, para conter o avanço do número de casos que tem pressionado o setor público e privado de saúde, Rocha acredita que poderá tornar ainda mais difícil a vida do empreendedor. 

“A gente espera que todos façam a sua parte para que não precise ter medidas ainda mais restritivas. Porque no momento que o setor empresarial estava finalmente conseguindo retomar as suas atividades e fortalecê-las, as medidas restritivas vieram e trazem muita preocupação, muita dificuldade, muita angústia para o empresário que já estava com dificuldade de fechar as contas”, disse. 

Nessa fase da doença, com números recordes de contaminações e mortes, as empresas não contam mais com programas de auxílio por parte do governo federal. O economista acredita que se fossem novamente anunciadas medidas para as empresas, muitos negócios poderiam ser salvos. 

“Qualquer ação para apoiar a classe empresarial é fundamental, porque o empresário faz o seu planejamento, ele olha um cenário onde ele pensou que 2021 seria mais tranquilo em termos de pandemia e conseguiria tocar suas atividades com maior tranquilidade. Infelizmente não é o que está acontecendo nesse primeiro trimestre, em que voltamos a ter uma dificuldade muito grande, e isso prejudica a classe empresarial. Por isso, são importantes medidas que apoiem a classe empresarial para que ele possa superar esse momento e rapidamente, assim que a pandemia for controlada, possa retomar a geração de emprego”, conclui Rodrigo. 

Fonte: F5News