Polícia Civil prende três pessoas por linchamento de homem em Nova Prata

Polícia Civil prende três pessoas por linchamento de homem em Nova Prata
Arlindo Pagnoncelli morreu após 10 dias internado no hospital. Ele foi agredido por mais de 40 pessoas — Foto: Arquivo pessoal

Três pessoas foram presas na manhã desta sexta-feira (27) por suspeita de participação na morte de Arlindo Elias Pagnoncelli, 38 anos, linchado em Nova Prata, na serra gaúcha. O crime foi no dia 8 de novembro. Arlindo, conhecido na cidade como Zinho, ficou 10 dias internado, e morreu no Hospital de Vacaria.

As prisões preventivas foram em três cidades: Nova Prata, Vista Alegre do Prata e Flores da Cunha.

Conforme a delegada do caso, Liliane Pasternak Kramm, outras duas prisões não foram cumpridas: uma porque o alvo está em Santa Catarina, e a outra porque se trata de uma suspeita cujo domicílio eleitoral é em Caxias do Sul, onde há eleição para o segundo turno. Nesse caso, prisões estão proibidas em um período de cinco dias antes e 48h depois do pleito, conforme a Lei Eleitoral.

A Polícia Civil não divulgou detalhes sobre os presos.

A investigação trata o caso como homicídio qualificado. Entre os agressores, estaria um policial militar, diz a Polícia.

"Outros [participantes] têm conduta omissiva quanto ao linchamento, e/ou conduta ativa para instigação a linchamento, o que também implica conduta criminal", diz a delegada.

Suposta importunação sexual

O espancamento teria iniciado após uma suposta importunação sexual cometida pela vítima contra duas mulheres, uma delas menor de idade. Elas confirmaram a situação à polícia, porém, a delegada explica que as imagens de câmeras de segurança não comprovam o fato, pois estavam muito longe.

Os familiares das duas mulheres teriam chamado atenção de Arlindo. Mais pessoas que estavam presentes se juntaram no local, e as agressões iniciaram. Conforme a delegada, o espancamento seguiu mesmo quando a vítima já estava inconsciente.

As agressões ocorreram na Avenida Fernando Luzzatto, próximo à prefeitura e à praça da cidade.

A família da vítima alega que não há provas da suspeita de importunação cometida por Arlindo.

"Era uma pessoa muito extrovertida, brincalhão. Não tinha motivo para agredir ele dessa maneira. Não tinha confusão com ninguém, não tinha inimigo, para ele todo mundo era amigo", afirma a prima de Arlindo, a professora Denise Pagnoncelli.

Arlindo trabalhava como lixador de mármore na mesma empresa desde os 18 anos. A morte causou comoção na cidade de 25 mil habitantes.

Fonte: G1 RS