Médicas denunciam que constam três doses de vacinas contra Covid-19 no registro delas

Médicas denunciam que constam três doses de vacinas contra Covid-19 no registro delas
Cartão físico de vacina contra a Covid-19 de médica de Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Duas médicas de Goiânia denunciam que consta em seus cartões virtuais de vacinas, em um aplicativo do SU, três doses das vacinas contra a Covid-19. Enquanto reconhecem as imunizações nas duas etapas com a Coronavac, elas desconhecem uma primeira dose da Astrazeneca lançada no sistema com o CPF delas. Uma profissional suspeita que outra pessoa pode ter sido prejudicada com um suposto erro de aplicação.

Uma das médicas, que preferiu não se identificar, afirma ter recebido duas doses da Coronavac no hospital onde trabalha, em janeiro e fevereiro, num intervalo de quatro semanas. O aplicativo do SUS, no entanto, relacionou o CPF dela a uma dose da Astrazeneca que a médica disse não ter tomado.

"Na verdade, esse erro existe não só comigo, mas com outros colegas também e acho que é passível de ser averiguado", disse a médica.

A profissional disse ter registrado denúncia no Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego). A entidade disse em nota que o caso é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, assim também informou a Secretaria Estadual de Saúde.

O G1 solicitou na segunda-feira (15) um posicionamento do Ministério Público de Goiás para saber se o órgão recebeu denúncia e se vai abrir inquérito civil público para investigar e aguarda retorno.

Quem cuida da imunização na capital e da inserção das informações dos vacinados é a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). Sobre a denúncia das médicas, a pasta informou que houve erro na digitação dos dados no Sistema do Programa Nacional de Imunizações da Covid-19 (SI-PNI-Covid-19) do Ministério da Saúde (MS). Esse erro, inclusive, foi avisado ao MS, que é o responsável pela exclusão do registro da dose da vacina Covishield/Fiocruz não recebida.

A secretaria reforçou que a falha na inserção dos dados "não vai prejudicar a profissional, nem a quantidade de doses disponíveis na secretaria, pois esta nunca foi aplicada".

Uma outra médica mostrou o cartão físico de vacinação, onde constam duas doses da Coronavac: uma em 27 de janeiro e outra em 24 de fevereiro.

Quando ela olhou no aplicativo do SUS, as doses estavam confirmadas, mas apareceu a confirmação da primeira dose da Astrazeneca, que teria sido aplicada em 4 de fevereiro, e ela disse não ter tomado.

"Na hora que eu vacinei, chequei tudo direito. Na ampola era Coronavac, estava tudo ok. Então acho que aconteceu um erro grave que não pode acontecer. É um prejuízo para outra pessoa que poderia estar recebendo se ela estiver esperando", disse a médica.

Fonte: Rafael Oliveira, G1 GO