Covid-19: nova variante da doença deve chegar a SE, diz pesquisador
“É uma questão de tempo para a nova cepa do coronavírus chegar a Sergipe. Ela já está no nordeste”, diz o professor e pesquisador do Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Lysandro Borges. De acordo com o docente, a nova variante do vírus da Covid-19 é ainda mais contagiosa.
O pesquisador Lysandro Borges explica que a partir da descoberta de três novas cepas do vírus há um alerta global voltado em especial para a cepa britânica que tem oito mutações no material genético do novo coronavírus. “Ela faz com que a proteína ‘S’ haja uma maior infectividade desse vírus, que já substituiu 70% dos infectados na Inglaterra por essa nova cepa. E a tendência é que essa cepa atual consiga substituir a antiga”, alerta Borges.
Já no Brasil, em Manaus, o pesquisador diz que houve a descoberta da cepa P1 que tem essa mutação pontual da cepa britânica, além de outra descoberta na África do Sul, a 501.V2. “Essas mutações pontuais faz com que o vírus resista a ação do sistema imunológico. Então ele foge dos anticorpos do indivíduo e induz casos de reinfecção, fazendo com que a infectividade do vírus seja muito maior”, detalha o professor.
Com a presença da cepa identificada em Manaus, além de São Paulo e Rio de Janeiro, Lysandro avalia que é uma “questão de tempo” para disseminação dessa cepa em Sergipe, já que ela se encontra circulando no Brasil e no nordeste. “Essa nova variante está sendo responsável pelo aumento de casos e óbitos da Covid-19 no nordeste, já que muitos pacientes de Manaus foram transferidos para o Piauí. Dessa maneira, é indispensável por parte da população o uso de máscara e álcool em gel, além das medidas de distanciamento e isolamento sociais”, avalia.
Diante desse cenário, o pesquisador crê que a única saída eficaz seja a vacinação de grande parte da população sergipana e brasileira, embora ele reconheça que ainda estamos engatinhando nesse processo de vacinação em massa. “Temos que lembrar que o sistema de vacinação brasileiro está muito atrasado em relação aos outros países. E quanto mais tempo nós levarmos para vacinar cerca de 140 milhões de brasileiros, ou seja, 70% da população para atingirmos a imunidade de rebanho, não conseguiremos frear o número de casos e de óbitos em Sergipe e no Brasil”, salienta.
Fonte: João Paulo Schneider/Infonet