Afastamento de Sidcley vira recado e vai abrir caminho para mais mudanças no Corinthians

Afastamento de Sidcley vira recado e vai abrir caminho para mais mudanças no Corinthians
Vagner Mancini se irritou contra o América-MG — Foto: Marcos Ribolli

O afastamento de Sidcley no Corinthians foi a primeira providência, mas não deve ser a única tomada por comissão técnica e diretoria depois do diagnóstico feito pelo técnico Vagner Mancini com a derrota por 1 a 0 para o América-MG, na última quarta-feira, pela Copa do Brasil.

A medida drástica é encarada como um recado: jogadores que não estiverem comprometidos ou não demonstrarem entrega nos treinos e jogos não farão parte do grupo.

A avaliação com Sidcley era que o lateral, reserva de Lucas Piton e Fábio Santos, já não tinha motivação para treinar, já que sabia que não ficaria a partir de 31 de dezembro. Agora, vai treinar em horários alternativos e trabalhará para encontrar um novo clube em 2021, o que evitaria o retorno para o Dínamo de Kiev, da Ucrânia.

Segundo pessoas ouvidas pelo ge, a medida pode atingir outros jogadores já nos próximos dias. O Timão enfrenta o líder Internacional na noite deste sábado, pela 19ª rodada do Brasileirão.

Assim como Sidcley, por exemplo, Boselli tem contrato com o Corinthians até o fim do ano. O argentino é elogiado por seu comportamento profissional, mas o fato de estar praticamente decretada a saída dele no fim do ano faz com que o clube cogite antecipar esse adeus. A opção já é discutida.

Luan questionado

Principal contratação da temporada, Luan tem despertado a ira de torcedores e é reserva com Mancini. Comprado por 5 milhões de euros (R$ 22,7 milhões), o jogador ainda não conseguiu embalar. Por ser um investimento alto, porém, não pode ser considerado descartável.

Mas é sua postura no dia a dia que tem chamado a atenção negativamente. A sensação interna é a de que ele não tem sentido a má fase do time e que não tem se incomodado com a condição de reserva.

Pessoas próximas ao jogador, porém, defendem o meia e dizem que ele dificilmente conseguirá render um bom futebol jogando poucos minutos por jogo. Com Mancini, ele atuou por 35 minutos na derrota por 5 a 1 contra o Flamengo, dez nos 2 a 1 contra o Vasco e sete contra o América.

Internamente, há quem acredite que o jogador precisa de tempo. Lembram de outros nomes que não tiveram boas primeiras temporadas no Timão, mas que depois acabaram se tornando importantes, como Danilo em 2010, Rodriguinho em 2013 e Ángel Romero em 2014.

Irritação geral com o elenco

Na última quarta, Vagner Mancini disse ter se irritado muito com a falta de agressividade da equipe e com a bola "queimando" nos pés de atletas. A falta de combatividade na marcação na jogada do gol do Coelho gerou incômodo. A passividade de Sidcley no lance não foi bem encarada.

– Não tenho dúvida de que o time vai encaixar, mas terão que ser feitos ajustes. Eles serão feitos, mesmo que venham com algum tipo de sofrimento. Neste momento, temos de tomar uma decisão emergencial – disse o treinador, indicando mudanças.

– O Corinthians precisa melhorar rapidamente em alguns quesitos, e eu vou em busca das soluções. Seja de forma agradável ou não, não vou ficar assistindo passivamente uma equipe que não dá um chute no gol – comentou o treinador.

A insatisfação com os jogadores também é tema recorrente entre a diretoria. Em sua última aparição pública, depois da derrota para o Ceará por 2 a 1, o presidente Andrés Sanchez criticou a postura dos jogadores um dia antes de anunciar a contratação de Mancini:

– Sabíamos que nosso time não era para ser o melhor do Brasil, mas temos um dos melhores elencos do Brasil. Precisamos melhorar, jogadores crescerem de produção, o treinador que chegar fazer os jogadores jogarem mais, os jogadores terem consciência que tem de jogar mais, tem que dar um pouco mais cada um, essa situação é ridícula. O Corinthians não pode estar nesta situação.

Fonte: Bruno Cassucci e Marcelo Braga/Globoesporte.com