Comitê Científico não descarta piora da pandemia no Nordeste

Comitê Científico não descarta piora da pandemia no Nordeste
Comitê Científico atualizou a situação da COVID-19 em todos os estados do Nordeste (Foto: Pixabay)

O Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Nordeste revelou que apesar da redução no número de infectados por Covid-19, o risco de um novo crescimento dos níveis da pandemia (efeito bumerangue) nos nove estados da região ainda não está descartado.

Em Sergipe, conforme o boletim emitido pelo Comitê Científico no último dia 14, a situação tem melhorado, já que há um decréscimo no número de infectados e óbitos, porém os estudos apontam que o estado tem tendência de atingir a situação de risco moderado alto.

De acordo com o Comitê, a pandemia da Covid-19 atingiu o seu pico em todos os estados do Nordeste. Fato que é citado como favorável para o decréscimo de casos, porém arriscado devido a reação de governantes e população, já que pode haver descuido na proteção se acharem que está tudo sob controle.

A queda no número de casos, conforme o Comitê, se deu possivelmente por conta de infecções de
pessoas assintomáticas subnotificadas, das medidas de isolamento social (lockdown) efetivas e de
mais hospitais equipados para enfrentar a pandemia.

Aulas presenciais

O Comitê também se manifestou sobre o retorno das aulas presenciais. Apesar de ter sugerido princípios que podem nortear um planejamento rigoroso e cauteloso para a volta progressiva e escalonada às aulas com segurança e com o menor risco possível, o Comitê concluiu que a abertura de escolas para crianças de forma irrestrita é um grave erro.  “Estudos científicos mostram que mesmo muito jovens as crianças têm alta probabilidade de serem infectadas e são potenciais transmissores da COVID-19, mesmo que não apresentem sintomas”, explica.

Vacina

Também foram esclarecidos alguns pontos sobre a vacina. O Comitê Científico – NE disse que não apoia e não recomenda, em hipótese alguma, estudos clínicos de qualquer vacina candidata (experimental), em qualquer fase de testagem, seja qual for a sua origem, sem que estes estudos tenham sido aprovados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pelo CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) e sem que todos os  detalhes e protocolos (ou resultados de fases anteriores, no caso de estudos clínicos de fase 2 e 3) tenham sido disponibilizados, amplamente, para análise.

O Comitê Científico-NE também afirmou que em nenhum momento, recomendou aos governantes qualquer vacina candidata como possível opção para realização de estudos clínicos da fase 2 ou 3 no Nordeste.

“O Comitê Científico-NE também esclarece que não foi consultado e não está envolvido em qualquer discussão ou negociação oficial com qualquer fornecedor privado ou governos estrangeiros possuidores de vacinas experimentais que desejem realizar testes no Brasil ou, em especial, no Nordeste brasileiro. Desta forma, o Comitê Científico-NE não dispõe de qualquer informação técnica ou de qualquer outra natureza sobre eventuais acordos ou negociações envolvendo governos do Nordeste brasileiro e possíveis fornecedores estrangeiros de vacinas. Neste momento, o Comitê está fazendo consultas a especialistas em vacinas de instituições conceituadas no Brasil para que possa se posicionar sobre esse importante tema no futuro”, esclarece.
 

Fonte: Isabella Vieira e Verlane Estácio/Infonet