Acusados de agressão a Henri Castelli são denunciados pelo MP após terem alegação de legítima defesa negada

Acusados de agressão a Henri Castelli são denunciados pelo MP após terem alegação de legítima defesa negada
Henri Castelli foi agredido no fim de 2020 em Alagoas (Foto: Globo/Divulgação)

O Ministério Público (MP) de Maceió ofereceu denúncia contra os agressores de Henri Castelli, que foi recebida nesta quarta-feira (17) pela juíza Luciana Josué Raposo Lima Dias. Por meio dessa decisão, os empresários Bernardo Malta e Guilherme Accioly, acusados de agredir Henri em uma festa no fim do ano passado, em Barra de São Miguel (AL), serão intimados. Os empresários foram indiciados por lesão corporal grave depois de agredirem o ator com murros e chutes, causando fratura exposta na mandíbula dele. Eles alegam que agiram em legítima defesa. 

"Com a denúncia, eles passam do status de 'indiciados' para a condição de 'acusados' e agora devem apresentar as suas defesas no prazo de 10 dias. O Promotor de Justiça não aceitou a alegação de que os agressores reagiram a uma agressão do ator, como eles haviam argumentado durante a investigação, e os denunciou por lesão corporal grave", explica Marcelo Marcochi, advogado de Henri.

AUDIÊNCIA E NOVAS PROVAS

Após a intimação - que se dará de forma on-line por conta da pandemia do novo coronavírus, será designada uma audiência para a juíza ouvir a vítima, os agressores e as testemunhas. "O oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público é um prenúncio e um atestado de que o Henri é, verdadeiramente, a única vítima desse crime atroz", destaca Marcelo.

Segundo o advogado, a tese da defesa dos empresários precisa ser demonstrada e provada. "Se houve legítima defesa, como eles alegam, o fato é que até agora não foi produzida nenhuma prova nesse sentido. Por outro lado, as provas que produzimos durante a investigação, em silêncio, inclusive, são incontestáveis. Ao mesmo tempo que um dos acusados, por exemplo, alega ter sido agredido no dia 30 de dezembro, encontrei uma foto dele no Réveillon, um dia depois, sem qualquer indício de ter sido agredido", afirma.

A foto, encontrada no perfil do instagram de um amigo de Marcelo, foi levada a um tabelião que lavrou uma ata pública. "Eles excluíram os perfis quando o crime veio a público, mas encontramos uma prova documental de que a suposta agressão que ele sofreu é falaciosa. Nunca é demais lembrar que um dos acusados confessou no depoimento prestado na delegacia, na companhia de seu advogado, que agrediu o Henri consciente do que poderia causar. Estamos convictos de que o Judiciário atuará com a mesma correção e excelência que a Polícia Civil o fez. A justiça irá prevalecer", conclui Marcelo.

OS ACUSADOS

Procurado por Quem para comentar o assunto, Lucas Doria, advogado de Guilherme Accioly explica que ainda não foi notificado sobre a denúncia até o momento. "O inquérito policial foi concluído e nele algumas testemunhas foram categóricas ao afirmar que o ator teria iniciado aquela confusão. E o Guilherme, para se defender, contra-atacou. Outras, no entanto, que estavam com o ator, falaram que foi o Guilherme que o agrediu sem motivo. O MP ofereceu denúncia, uma vez que os depoimentos das testemunhas foram diferentes", esclarece.

Diante disso, o advogado afirma que será iniciado um processo para apurar o caso. "Ainda não fomos notificados. Estamos esperando a ordem da juíza, que provavelmente acontecerá na próxima semana. Em seguida, temos 10 dias para apresentarmos a defesa em resposta à acusação. Vamos pleitear a absolvição sumária. Se a juíza achar por bem, será marcada uma audiência para ouvir todas as testemunhas. Minha expectativa é de que eles serão absolvidos no final", diz.

Também procurado por Quem, Gebir Campos, advogado de Bernardo Malta, não retornou o contato da reportagem até o fechamento desta matéria.

ENTENDA O CASO

No final de 2020, o ator contou ter sido internado em Alagoas depois de sofrer um acidente na academia. Cerca de duas semanas mais tarde, ele voltou a se pronunciar na web, afirmando que a versão anterior era mentira e que, na verdade, ele havia sido "covardemente agredido".

"Eu estava com alguns amigos e, do nada, fui puxado pelas costas, pelo pescoço, jogado no chão e agredido. Vítima de socos e chutes no rosto, que levaram a uma fratura exposta na minha mandíbula. A impressão que eu tinha é de que minha boca estava pendurada naquele momento. Os vídeos serão juntados ao processo. O médico e sua equipe optaram por amarrar a minha boca com um fio de aço para que eu fizesse a cirurgia em São Paulo e pudesse cumprir meus compromissos de trabalho", contou ele na ocasião.

O delegado Fabrício Lima do Nascimento, responsável pela Delegacia de Barra de São Miguel, município localizado no litoral de Alagoas, onde o crime aconteceu, afirmou para Quem na época que os agressores já haviam sido localizados e seriam indiciados por lesão corporal grave.

Fonte: Quem News/Globo.com