Seduc dialoga sobre educação antirracista na terceira edição do Ilé-Iwé
Com o objetivo de dialogar sobre o cumprimento da Lei Federal 10.639/2003, que estabelece a inclusão obrigatória da temática História e Cultura Afro-Brasileira no currículo oficial da rede de ensino, a terceira edição do Projeto Ilé-Iwé reuniu nesta segunda-feira, 21, representantes de instituições e associações do movimento negro e de organizações governamentais.
O encontro ocorreu no auditório do Ministério Público do Estado de Sergipe (MPSE), em Aracaju.
O Ilé-Iwé é idealizado pela Secretaria Municipal da Educação (Semed) de Aracaju e conta com o apoio da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc), da Coordenadoria da Promoção de Igualdade Étnico Racial (Copier) do MPSE, das Secretarias Municipais de Educação dos municípios de São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro e da Universidade Federal de Sergipe (UFS), por meio do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neabi) e do Movimento Negro Unificado (MNU).
Um dos palestrantes foi o professor Evanilson Tavares Franco, do Centro de Excelência Nelson Mandela, que desenvolve nas escolas estaduais o projeto ‘Alma Africana’, que objetiva o cumprimento da Lei 10.639. Na oportunidade, ele abordou a temática ‘A Colonialidade do Currículo’ - conceito que evidencia como os efeitos do colonialismo perduram até os dias atuais.
Nesse sentido, o professor explicou que se torna mais difícil combater o racismo quando antes não é combatida a colonialidade.
“É na colonialidade que vai ter a concepção de que alguns seres são humanos e outros são os sub-humanos ou inumanos. Então, como são sub-humanos ou inumanos, podem ser explorados pelos humanos. É essa visão que vai dizer que a cultura europeia é superior à cultura latino-americana; que vai dizer que o branco é superior ao negro; que faz a divisão do civilizado e do selvagem, da cultura erudita e da cultura popular. A gente precisa romper com essa racionalidade para conseguir fazer um combate forte, sólido e consolidado do racismo”, explicou o professor.
O encontro também contou com a participação da professora Clélia Ferreira Ramos, do Centro de Excelência Atheneu Sergipense, que orienta o projeto ‘Um quê de negritude’.
“São tantos professores que trabalham no anonimato para que o jovem e a jovem sejam protagonistas e para que compreendam seu cabelo, seu turbante, seu nagô, sua linguagem”, considerou a professora.
Durante a terceira edição do Ilé-Iwé, a técnica do Departamento de Educação da Seduc, Claudete Santos, representando o secretário de Estado da Educação e da Cultura, Zezinho Sobral, destacou que a escola é um espaço de manifestação contra todos os tipos de preconceitos, sendo o racismo um crime que precisa ser combatido.
O evento contou ainda com a performance do grupo de teatro Parlacênico, composto por estudantes do Centro de Excelência Nelson Mandela.
Fonte: Agência Sergipe / F5 News