Rony sonha com nome na história do Palmeiras após superar críticas da torcida: "Nunca tinha passado por um momento assim"

Rony sonha com nome na história do Palmeiras após superar críticas da torcida:
Rony, atacante do Palmeiras, tem oito gols marcados em 2020 — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmerias

Rony gerou grande expectativa entre os torcedores do Palmeiras desde o seu desembarque no aeroporto de Congonhas, em fevereiro. Principal reforço da equipe para 2020, o atacante enfrentou muitas críticas desde então, mas hoje vive seu melhor momento no clube.

– As críticas me fizeram evoluir. Nunca tinha passado por um momento assim – falou Rony.
Campeão paulista, o Verdão briga pelas primeiras posições no Brasileirão e está nas semifinais da Libertadores e da Copa do Brasil. Por isso, a fase decisiva da temporada, estendida aos primeiros meses de 2021 por conta da pandemia de Covid-19, mexe com os torcedores e também com Rony.

– Temos que brigar por todos os títulos, porque nossa torcida merece. Eu gosto desse clima de decisão, me sinto à vontade. Quero marcar meu nome aqui e sei que precisamos de títulos para isso. Nosso grupo vai trabalhar forte para dar alegria ao nosso torcedor – disse o atacante.

Um dos protagonistas neste bom momento do Verdão na Libertadores, o atacante ganhou nova função sob o comando do português Abel Ferreira. Durante a ausência de Luiz Adriano, ele vem sendo escalado como referência no setor ofensivo. O resultado? Gols.

– Tem sido uma novidade para mim também. Eu não sou camisa 9, não sou artilheiro. Nossos artilheiros são o Willian e o Luiz Adriano. Fui contratado por ter me destacado jogando nas laterais, fazendo lances de velocidade, dribles e assistências. Lógico que gosto de fazer gols, não é minha principal característica, mas confesso que tem sido bem legal jogar pelo meio. Eu me adaptei e estou feliz de poder evoluir meu jogo nesse sentido – afirmou, em entrevista ao ge.

A mudança de função em um momento decisivo da temporada teve participação direta da comissão técnica liderada por Abel Ferreira. Os jogadores têm destacado o ganho de confiança do elenco para enfrentar os momentos decisivos e os problemas.

Recentemente o elenco passou por um surto de Covid-19, o que obrigou Abel e seus auxiliares a fazerem mudanças e improvisações no time titular. Para Rony, essa é a explicação:

– No Japão, eu joguei uma vez (como centroavante), mas agora que estou tendo uma sequência. Acredito que o Abel me colocou lá pela necessidade, devido aos vários casos de Covid. Ele acreditou no meu potencial, me deu confiança e eu comprei a ideia também. Isso foi fundamental para dar certo.

Na última terça-feira, foi de Rony o segundo gol da vitória palmeirense por 3 a 0 contra o Libertad. Na comemoração, o atacante posou ao lado de Raphael Veiga e Gustavo Scarpa para uma selfie no gramado.

– Foi para zoar com o Rudão (Rudy Pracidelli), nosso preparador físico. O Veiga queria zoar com ele sobre uma coisa nossa e aí combinamos de tirar na hora do jogo – contou o atleta.

Classificado para a semifinal da Libertadores, o Palmeiras agora se prepara para enfrentar o Internacional, neste sábado, às 21h, em Porto Alegre, pelo Brasileirão.

Na quarta-feira, às 21h30, no Allianz Parque, o Verdão abre a disputa com o América-MG por uma vaga na decisão da Copa do Brasil. Rony, mais uma vez, deve estar presente entre os titulares.

Confira outros trechos da entrevista de Rony:

Estamos perto de encerrar o ano de 2020, o teu primeiro ano no clube. Sobre tua evolução e experiência no Palmeiras, mudou muito o Rony que desembarcou em São Paulo em fevereiro para o Rony de agora?

– Ah, mudou. Hoje estou mais bonito (risos). Brincadeira, cara, continuo sendo a mesma pessoa, mas o profissional mudou. As críticas me fizeram evoluir. Nunca tinha passado por um momento assim. Deus e minha família foram muito importantes para que eu aguentasse. Foi um grande aprendizado e me fez bem como profissional.

Em campo, o que mudou no Rony com Abel em relação ao que começou com Luxemburgo?
– Luxemburgo é um grande treinador, aprendi muito com ele. Abel também é um excelente treinador. Acho que mudou mais a forma de o time jogar e acabou encaixando mais.

Como foi lidar com as críticas que você passou? Você é um cara que se apega a isso, que fica conectado na internet vendo o que falam de você, vendo os programas de TV e tudo mais?
– Eu assisto algumas coisas, leio, mas não tudo. O cara fica doido se for se importar com tudo o que dizem (risos). As críticas são boas para você refletir, apesar de que tem gente que fala muita besteira e não acrescenta em nada. Eu procurava sempre tirar algo de bom para seguir trabalhando forte e mudar esse cenário.

Ainda sobre o calendário, vocês têm alguma recomendação também para a vida fora da Academia, uma alternativa para minimizar desgaste em um momento sem tempo para descansar?
– É descansar, não tem jeito (risos). O calendário está apertado demais, jogos importantes, pouco tempo para a família. O tempo que tenho é para eles, para descansar a mente e o corpo.

Abel citou o medo e a insegurança após ter sido diagnosticado com Covid-19. Como foi para você passar o período de quarentena?
– Confiei em Deus. O receio existe, mas Deus é o único que pode nos salvar. Eu me apaguei nele e esperei passar.

Fonte:  Felipe Zito e Jose Edgar de Matos /Globoesporte.com