Prefeitura alerta sobre prevenção e tratamento contra o HPV

Prefeitura alerta sobre prevenção e tratamento contra o HPV
Vacina contra o HPV ofertada pelo SUS tem ciclo de duas doses. (Foto: Ascom/PMA)

O dia 4 de março é marcado como Dia Internacional de Conscientização sobre o HPV (Papiloma Vírus Humano). O vírus é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), que infecta através da pele ou mucosas (oral, genital ou anal) e, quando apresenta lesões precursoras não tratadas precocemente, podem evoluir para câncer, principalmente no colo do útero.

Entre as principais formas de prevenção está a vacina contra o HPV, que é ofertada pela Prefeitura de Aracaju, pelo Sistema Único de Saúde, para a imunização de crianças e adolescentes com idade entre 9 e 14 anos.

Pessoas com HIV/Aids, pacientes transplantados e oncológicos que apresentam em comum um quadro de imunossupressão, desde que tenham um relatório médico com a comprovação, também são vacinadas. No ano de 2021, Aracaju teve um total de 17.139 pessoas vacinadas com a vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV), como explica o coordenador do Programa Municipal de Imunização, Yuri Belchior.

“A vacina contra o HPV ofertada pelo SUS tem ciclo de duas doses, com intervalo de aplicação de seis meses entre elas, e protege contra os quatro tipos de vírus mais comuns no país. Não é um tratamento, e sim uma forma de prevenção. Por isso, estimulamos que a imunização aconteça antes do início da vida sexual”, orienta o coordenador.

Notificação compulsória

De acordo com a coordenadora do Programa de IST/Aids da Secretaria Municipal da Saúde, Débora Oliveira, entre 2018 e 2021 foram notificados 433 casos de HPV na capital, sendo 120 notificações realizadas no ano passado.

“Os pacientes que apresentam as lesões causadas pela infecção por HPV são inicialmente acompanhados pela Rede de Atenção Primária, nas Unidades Básicas de Saúde, e a depender do grau da lesão, passam a receber tratamento na Rede Especializada, com ginecologista ou urologista, no Cemar Siqueira Campos”, detalha Débora.

Diagnóstico e tratamento

Quando necessitam de atendimento especializado, os pacientes são encaminhados para o Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar – Siqueira Campos); as mulheres são direcionadas para acompanhamento com ginecologista e os homens são atendidos no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) e, quando necessário, encaminhados para o urologista. De acordo com a médica ginecologista Ivi Gonçalves, as pacientes encaminhadas são as que apresentam exame citológico com resultado alterado.

“Elas realizam esse exame na Atenção Primária, e quando há alteração elas são encaminhadas para o Cemar para que se confirme o diagnóstico por meio de biópsia ou repetição do exame, e inicie o tratamento, quando necessário. A partir do exame de lâmina podem ser detectadas alterações celulares que são causadas pela presença do vírus. No Cemar são realizados os exames de colposcopia, para identificar o local da lesão e fazer a biópsia”, afirma a médica.

Ainda de acordo com a ginecologista, o tipo de tratamento dependerá do grau da lesão. Quando essa é de baixo grau, ela pode apenas ser acompanhada ou ainda realizada uma eletrocauterização. Já as lesões com alto grau são retiradas no ambulatório, com anestesia local.

“Depois disso, fazemos o seguimento, que são quatro exames de lâmina com resultado negativo, num intervalo de seis meses. Com isso, a paciente volta a ser acompanhada pela Atenção Primária, para seu rastreio anual. Nesse caso, ela faz esse rastreio anual por cinco anos”, completa Ivi.

Os casos de HPV em pessoas do sexo masculino são atendidos no Serviço de Atendimento Especializado (SAE), localizado dentro do prédio do Cemar Siqueira Campos. Assim como para as demais ISTs, esse atendimento é realizado por profissionais enfermeiros, onde atualmente no serviço a equipe é composta por quatro enfermeiras, sendo duas por turno.

O atendimento é realizado por demanda espontânea, sem necessidade de encaminhamento, e nos pacientes que apresentam condilomas simples (genital e perianal) é feita a cauterização com aplicação de ácido tricloroacético (ATA) 80%, no ambulatório da unidade.

“Quando há casos de pacientes com condilomas em grande quantidade ou com necessidade de intervenção cirúrgica, e ainda os pacientes com lesões sugestivas de câncer, fazemos o encaminhamento para o urologista. Esse agendamento é feito no SAE, conforme a disponibilidade de vaga, e o atendimento é feito no Hospital Universitário”, pontua a enfermeira do ambulatório do Cemar, Marta Regina Goes Santos.

HPV e câncer

De acordo com a médica Ivi Gonçalves, há mais de 200 tipos de HPV, sendo que 40 deles atingem a área genital, oral e anal. Cerca de 13 tipos são responsáveis pelo câncer de colo do útero, sendo os mais prevalentes as cepas 16 e 18, que são contempladas pela vacina. Com base no Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de colo do útero é o terceiro tumor maligno mais recorrente em mulheres, e a quarta causa de morte da população feminina pela doença no país.

“A relação do vírus HPV e o câncer de colo do útero é muito forte, pois para ter esse tipo de câncer é preciso ter tido contato com o vírus, por isso o trabalho de prevenção é tão importante ”, ressalta a ginecologista Ivi Gonçalves.

Entre as formas de prevenção, além do uso de preservativo nas relações sexuais, que também ajuda a prevenir outras ISTs, a vacinação e a realização dos exames preventivos regularmente são fundamentais. “Com o início da vida sexual, o exame preventivo será o meio capaz de detectar lesões precursoras, antes que elas se tornem invasoras e evoluam para um câncer”, alerta a médica.

Quando não identificadas e tratadas precocemente, essas lesões precursoras podem desenvolver um câncer de colo de útero, podendo também acometer vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.

Fonte: Ascom/Prefeitura de Aracaju