Henry Borel: veja diferenças entre o primeiro depoimento de Monique Medeiros e a carta escrita na cadeia
Mãe do menino Henry Borel, a professora Monique Medeiros mudou sua versão sobre a morte do filho. Em uma carta obtida pelo Fantástico deste domingo (25), Monique admitiu que mentiu à polícia, narrou agressões do namorado, Dr. Jairinho, contra ela e contra o garoto e disse se sentir ameaçada.
A carta, escrita na semana passada, traz diferenças em relação ao que foi dito no depoimento, dia 17 de março, na 16ª DP (Barra da Tijuca).
A seguir, o G1 aponta algumas das diferenças entre as duas versões.
Agressões antes da morte
- Depoimento: “Perguntada sobre como era o relacionamento em casa, entre ela, Jairo e Henry, Monique afirmou que era muito bom, não tendo relatado quaisquer problemas; embora o relacionamento não fosse próximo, já que se conheciam há pouco tempo, Jairo e Henry tinham boa relação, inclusive, ocasionalmente, brincando juntos; Monique não acredita que Jairinho tenha feito qualquer coisa contra seu filho, até porque a relação entre eles era boa, e ele sempre tentava cativar o amor de Henry.”
- Carta: “Um dia, em janeiro, Henry veio correndo até a cozinha uns 15 minutos depois que Jairinho chegou, dizendo que o tio tinha dado uma ‘banda’ nele e uma ‘moca’. Fui até a sala perguntar o que tinha acontecido, e Jairinho disse que ele era um 'bobalhão', que segurou ele pelos braços brincando e passou a perna, mas que Henry nem caiu pois ele estava segurando-o.”
Remédios no dia da morte
- Depoimento: "Perguntada se tomou algum remédio, respondeu que não; perguntada se ingeriu bebida alcoólica ou se Jairo ingeriu bebida alcoólica ou alguma outra droga, respondeu que não."
- Carta: "(Jairinho) Me deu dois medicamentos que ele estava acostumado a me dar, pois dizia que eu dormia melhor, mas eu não o vi tomando. Logo, eu adormeci."
Como Monique encontrou Henry
- No primeiro depoimento: “Já por volta de 3h30, aproximadamente, Monique acordou, quando viu a TV ligada e Jairo dormindo ao seu lado; Monique, então, acordou Jairo, mexendo em seu braço, para que fossem para o quarto; Jairo, aparentemente, dormia em ‘sono pesado’; Jairo se levantou e foi ao banheiro da suíte de hóspedes; Monique foi para o quarto do casal e lá já se deparou com seu filho caído ao chão; ao colocar seu filho de volta na cama, notou que ele estava com mãos e pés gelados, que não respondia aos seus chamados e que os olhos estavam revirados; Monique gritou por Jairo, que veio correndo.”
- Na carta: "De madrugada ele me acordou, dizendo para eu ir até o quarto, que ele pegou o Henry no chão, o colocou na cama e que meu filho estava respirando mal". No quarto, ela encontrou o filho de barriga para cima, descoberto e com a boca aberta. Monique afirma que perguntou a Jairinho o que tinha ocorrido. "Ele disse que escutou um barulho que chamou sua atenção e acordou pra ver. Que Henry tinha caído da cama! Então enrolei o Henry numa manta e corremos para a emergência. (...) Mas em nenhum momento eu achava que estava carregando meu filho morto nos braços."
Fonte: Carlos de Lannoy, James Alberti, Mônica Marques e Leslie Leitão, G1 Rio