Filha de Juliano Cazarré nasce com Anomalia de Ebstein; entenda o que é a doença
Juliano Cazarré anunciou nesta quarta (22) o nascimento de mais uma filha com a bióloga e jornalista Letícia Cazarré. O ator - que tem mais quatro filhos com a mulher: Vicente, de 11 anos, Inácio, de 9, Gaspar, de 2, e de Maria Madalena, de 1 - contou que a neném nasceu nesta terça (21) com uma cardiopatia congênita rara, descoberta nos exames pré-natais, e precisou passar por uma intervenção cirúrgica, que correu bem e ela "segue estável, se recuperando e recebendo os melhores cuidados".
De acordo com o ator, a bebê foi diagnosticada com uma cardiopatia congênita rara, chamada Anomalia de Ebstein. Ao longo da gestação, os médicos perceberam que o caso dela seria um dos mais raros e graves dentro da anomalia e, por isso, o casal foi para São Paulo para que a neném pudesse nascer com a equipe mais especializada. Segundo os pais, ela nasceu muito bem, surpreendeu a todos com muita força e saúde. Mas caso da bebê pedia uma intervenção cirúrgica imediata e, assim, ela passou seu primeiro dia de vida fazendo um reparo importante no coração. A cirurgia correu bem, a neném está estável e segue se recuperando e recebendo os melhores cuidados.
Mas o que é a Anomalia de Ebstein? Segundo a cirurgiã cardiológica Beatriz Furlanetto, do Hospital Infantil Sabará, a Anomalia de Ebstein é uma cardiopatia rara da válvula tricúspide e afeta apenas um em cada 10 mil bebês (meninos e meninas igualmente). Tem ampla gama de severidade, de leve à moderada e grave.
Quando ocorre Anomalia de Ebstein, a válvula tricúspide é malformada e fica posicionada em uma posição muito baixa, permitindo que o sangue escape para trás a partir do ventrículo para o átrio. Essas anormalidades causam aumento do átrio e "atrialização" do ventrículo direito, levando à insuficiência cardíaca congestiva, um back-up do fluxo sanguíneo que resulta em acúmulo de líquido nos pulmões; e a um fluxo insuficiente de sangue vermelho para o corpo (síndrome de "blue baby").
De acordo com a médica, as formas graves do defeito podem causar um aumento tão grande do coração, até mesmo pré-natal, que ele enche a cavidade do peito do bebê e ocupa as áreas dos pulmões, que acabam por ficar muito pequenos. Assim, casos extremos acabam por não ser apenas um problema de coração, mas, sim, um problema de coração-pulmão. O prognóstico para esses casos não é favorável, já que, pelo tempo que o bebê nasce, já há danos pulmonares irreversíveis. A boa notícia é que tais casos graves são bastante incomuns. Muito mais comuns são as formas mais leves da doença, que são tratáveis, geralmente com prognósticos favoráveis.
A maioria das crianças com uma forma mais branda da Anomalia de Ebstein pode ser tratada com medicação que controla a insuficiência cardíaca congestiva ou os ritmos cardíacos anormais. Mas, se a condição do bebê é grave, causando arritmia ou baixos níveis de oxigênio em seu sangue (cianose), a cirurgia será provavelmente necessária. O cardiologista pediátrico da criança irá delinear opções durante o tratamento. Há várias abordagens cirúrgicas para reparação da válvula tricúspide do neném, dependendo das muitas variáveis que essa condição pode apresentar.
Fonte: Quem News/Globo.com