Com nova regra, governo quer retomar grau de investimento e prevê reduzir juros da dívida em até R$ 360 bi
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgou na manhã desta quinta-feira o novo arcabouço fiscal do governo Lula. Com a regra, que cria metas para a redução da dívida pública e traça como cenário que as contas do governo voltarão a ficar no azul já no ano que vem, o ministério da Fazenda prevê que o o país voltará a ser considerado grau de investimento, ou seja, um porto seguro para investidores.
Na apresentação do arcabouço, o ministério da Fazenda traçou um cenário para a redução do pagamento de juros da dívida publica pelo governo nos próximos anos.
Este ano, o montante destinado aos encargos do endividamento deve cair em R$ 80 bilhões, nas previsões da equipe econômica. Essa cifra aumenta, até chegar a uma redução de R$ 360 bilhões no total destinado pelo Orçamento as juros da dívida pública em 2031.
A Fazenda também traça cenários para a redução de dívida pública que variam conforme a trajetória dos juros básicos da economia, que são determinados pelo Banco Central.
Num cenário de corte moderado nos juros, a dívida pública ficaria entre 75,05% do PIB e 75,83% do PIB em 2026. A previsão para este ano é de dívida pública é de 75,07% do PIB.
Num cenário de corte um pouco mais intenso dos juros, a dívida pública brasileira seria reduzida para um intervalo entre 73,58% do PIB e 74,36% do PIB em 2026.
O ministro Fernando Haddad disse que o governo irá anunciar na próxima semana medidas para garantir um incremento de receitas em até R$ 150 bilhões neste ano.
— É um conjunto de medidas saneadoras entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões até o fim do ano. Com vistas a dar possibilidade de crescimento. Eu tenho a convicção de que esse país melhor está contemplado com essa fórmula que estamos anunciando.
Na mesma entrevista, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que o piso para investimentos do novo arcabouço fiscal será o orçado neste ano, de R$ 75 bilhões, acrescido da inflação.
Assim, todos os anos, a referência será esse valor, mais a inflação.
— A gente tem a garantia que o ajuste não será pelo investimento, que é o pior corte que existe, junto com o corte de gastos sociais — disse.
Fonte: O GLOBO