Brasileira viaja à Holanda para passar fim de ano com familiares e acaba surpreendida com lockdown

Brasileira viaja à Holanda para passar fim de ano com familiares e acaba surpreendida com lockdown
Brasileira que viajou à Europa fala sobre lockdown na Holanda — Foto: Arquivo pessoal

Depois de quase dois anos sem poder viajar para o exterior por conta da pandemia, a advogada Juliana Saraiva, de 40 anos, finalmente pôde entrar em um avião outra vez e desembarcar em Amsterdã, onde vai passar as festas de fim de ano com a família. No entanto, a Covid-19 voltou a atrapalhar os planos dela no domingo (19), quando a Holanda decretou um novo lockdown durante o Natal e o Ano Novo para tentar conter o avanço da variante ômicron.

Juliana mora em Sorocaba, no interior de São Paulo, e pretende ficar na Europa até o dia 5 de janeiro. A viagem teve início em Londres, na Inglaterra, na semana passada. Após passar as datas festivas com os familiares, que moram na Holanda há três anos, a advogada ainda pretende ir para a Alemanha.

De acordo com Juliana, os dados oficiais indicam que o número de novas infecções vem crescendo bastante na Holanda. Por isso, a temida quinta onda da Covid-19 pela ômicron já é considerada uma realidade no país.

"Para evitar uma crise sanitária, o país está sendo pioneiro na Europa em restringir de forma radical o funcionamento do comércio não essencial. Tudo aqui é muito rápido e eficiente", explica.

Quando Juliana chegou a Amsterdã, há poucos dias, as restrições eram mais leves: comércio, alimentação e atrações turísticas, por exemplo, estavam liberados para funcionar até 17h, mas alguns estabelecimentos exigiam teste PCR para liberar a entrada.

No sábado (18), a advogada conseguiu fazer um passeio de barco pelo canal e assistir ao Light Festival, em seu último dia de funcionamento. Na mesma noite, segundo a sorocabana, houve um pronunciamento oficial do primeiro-ministro holandês Mark Rutte sobre o lockdown, que passou a valer já no domingo.

Segundo o chefe de gestão da epidemia do governo holandês, Jaap van Dissel, a previsão é de que a ômicron ultrapasse a variante delta e se torne dominante na Holanda até o fim do ano.

Novas medidas

Após o anúncio, ficou determinado que lojas, restaurantes, bares, cinemas, museus e teatros não são essenciais e, portanto, não podem funcionar até o dia 14 de janeiro, enquanto as escolas devem manter as portas fechadas até pelo menos 9 de janeiro.

Fora isso, o número de convidados que as pessoas podem receber em suas casas foi reduzido de quatro para dois, exceto no dia de Natal, 25 de dezembro.

"Atualmente, todo o comércio não essencial está fechado. Porém, não houve restrições de circulação, podemos ir ao supermercado, farmácia, frequentar parques e lugares abertos ao público. Aqui não é obrigatório o uso de máscaras em locais públicos. Esse é o lado bom", continua.

Para Juliana, a sensação de ficar confinada em um país diferente durante uma viagem de fim de ano, sem poder conhecer os pontos turísticos, é como um 'balde de água fria'.

"É bem frustrante. Por isso, estamos procurando passeios alternativos ao ar livre, mas Amsterdã é uma cidade linda e a contemplação faz a frustração reduzir, além da alegria de estarmos em família."

"Também optamos por viajar para a Alemanha. Ficaremos uns dias em uma estação de esqui a três horas de Amsterdã. Os países vizinhos não implementaram medidas tão severas como a Holanda, mas o efeito dominó é certo", conta.

No momento, não existe nada que impeça a entrada e a saída de visitantes da Holanda com destino à Alemanha, o que não atrapalharia a terceira parte da viagem. Além disso, quando deixar a Europa, a advogada pretende fazer um exame de Covid-19 por conta própria, além de ficar em quarentena assim que chegar ao Brasil. "Acho que precisamos dessa consciência", diz.

Vacinada

Em julho de 2020, Juliana e o pai, que tinha 81 anos na época, contraíram o coronavírus. Ela teve apenas sintomas leves (febre, cansaço extremo, dores fortes no corpo, e perda de olfato e paladar) e não precisou de internação, mas ele não resistiu à doença.

A advogada já recebeu as duas primeiras doses da vacina da AstraZeneca no Brasil e tentou tomar o reforço antes de viajar para a Europa, mas o prazo de quatro meses ainda não foi atingido.

"O medo de contrair a variante ômicron existe, mas agora estou mais tranquila, pois, além de já ter sido contaminada, tomei as duas doses de vacina. Além disso, seguimos com todos os cuidados necessários: usando máscara em locais fechados e evitando aglomerações", completa.

Fonte: Ana Paula Yabiku, g1 Sorocaba e Jundiaí