Vazamento de gás, que pode estar por trás de mortes no Leblon, mata em até 3 minutos, diz perito

Vazamento de gás, que pode estar por trás de mortes no Leblon, mata em até 3 minutos, diz perito
Mateus Correia Viana e Nathalia Guzzardi Marques, achados mortos em box de banheiro no Leblon Foto: Reprodução

RIO — A principal suspeita de policiais da 14ª DP (Leblon) é que Mateus Correia Viana e Nathalia Guzzardi Marques, ambos de 30 anos, tenham morrido, na noite de terça-feira, em decorrência de um vazamento de gás em banheiro do apartamento 601 do prédio 980 da Rua Bartolomeu Mitre, no Leblon, na Zona Sul do Rio. De acordo com especialistas, esse tipo de acidente pode levar a uma parada cardíaca rapidamente. A perícia no local constatou que o basculante do banheiro estava fechado, impossibilitando qualquer ventilação no local.

— Em casos em que o aquecedor de água fica dentro do banheiro, como se trata esse episódio, com o vazamento de gás, o queimador interno consome todo o oxigênio do ambiente. Em um minuto, as vítimas têm a perda da consciência, em três têm a morte cerebral e em dez a morte completa, paradas cardíaca e respiratória. Essas fatalidades ocorrem mais em ocasião do tempo frio, com os banheiros fechados e banhos demorados, sobretudo com crianças e casais — explicou o perito Nelson Massini, professor titular Medicina Legal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Massini explica que, nesses casos, existem três possíveis causa da morte: asfixia gasosa, causada pelo vazamento do gás natural que alimenta o aquecedor; asfixia gasosa, causada pela queima do gás de petróleo que provoca o resíduo monóxido de carbono que, por defeito na exaustão, fica no ambiente; e  o chamado confinamento, provocado quando o aquecedor está localizado no interior do banheiro e o fogo da queima consome o oxigênio do ambiente.

Os corpos de Mateus e Nathalia foram encontrados, por amigos do jovem, no box do banheiro do imóvel dele. Eles chegaram a acionar o quartel do Corpo de Bombeiros da Gávea, mas, por volta de 22h30m, constataram que o casal já estava morto. Durante a madrugada, estiveram no apartamento agentes da 14ª DP e peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). No local, não foi constatado, até o momento, nenhum indício de crime.

Os corpos do casal já estão no Instituto Médico Legal (IML) do Centro do Rio. Os cadáveres chegaram pouco antes das 6h. Durante a manhã, peritos do IML farão as perícias nos corpos para identificar o que motivou as mortes. Investigadores, neste primeiro momento, acreditam que eles possam ter sido vítimas de um vazamento de gás, pois o aquecedor de água fica dentro do cômodo. Investigadores disseram que não há sinais de que a residência, na Rua Bartolomeu Mitre, tenha sido arrombada ou invadida. De acordo com os PMs que atenderam a ocorrência, amigos de Matheus, estranhando o desaparecimento, foram até o imóvel da Bartolomeu Mitre. Ainda segundo os policiais, o imóvel possui uma fechadura eletrônica, e os amigos do dono tinham a senha. Foram eles que alertaram os bombeiros.

Fonte: Paolla Serra/O Globo