Suspeitos de torturar e matar advogado gaúcho em Florianópolis usaram roupas da vítima após crime, diz polícia
Os suspeitos de matar o advogado gaúcho em Florianópolis, no dia 20 de março, usaram roupas da vítima após o crime. Segundo a investigação da Polícia Civil, as vestimentas teriam sido entregues ao grupo pela então companheira de Carlos Eduardo Martins, após ele ter sido torturado e morto.
Segundo a defesa da mulher, no entanto, ela foi vítima de cárcere no dia do crime e não entregou voluntariamente as roupas aos demais suspeitos (leia mais abaixo). Até o momento, seis pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no crime, inclusive a ex-namorada.
Na sexta-feira (1º), polícia prendou o sexto suspeito de participar do homicídio. Em comunicado, o órgão informou que no dia do crime a vítima foi atraída até a casa de um fornecedor de drogas no bairro Rio Vermelho, região norte da Capital.
No local, ele foi morto e colocado no próprio carro. Em seguida, os suspeitos abandonaram o corpo da vítima e retornaram ao apartamento onde estava a então companheira do advogado. A mulher também foi presa.
"Ali conversaram com ela, tomaram banho para se limpar do sangue, trocaram suas roupas sujas com o sangue por roupas da vítima que lhes foram fornecidas por ela [ex-companheira] e saíram para dar um fim no carro da vítima, que foi abandonado em meio a uma plantação de pinus próximo à Barra da Lagoa", informou a Polícia Civil.
A investigação feita pela Delegacia de Homicídios da Capital segue em andamento. A conclusão do inquérito será encaminhada ao Ministério Público nos próximos dias, informou o órgão. O g1 SC não conseguiu contato com o delegado responsável pelo caso nesta segunda-feira (4).
O que diz a defesa da mulher
Segundo advogado Mateus Marques, a mulher e o advogado morto possuíam união estável, mas estavam em um processo de separação motivada por conta de agressões que ela sofria no relacionamento. Ainda, de acordo com a defesa, a mulher não foi mandante do crime.
"Ela não participou do crime de forma alguma. Não teve ingerência, não teve comando e qualquer tipo de relação", afirmou o advogado.
No momento em que suspeitos chegaram no apartamento dela, segundo o advogado, a mulher teria ficado sob vigilância constante de ao menos duas pessoas e deixou Santa Catarina "praticamente fugida" com medo.
A mulher segue presa desde 29 de março, quando se apresentou na Delegacia de Homicídios da Capital. A defesa dela informou que vai esperar a conclusão das investigações para verificar qual ação tomará.
Prisões
Quatro pessoas foram presas pela Delegacia de Homicídios, em Florianópolis. Delas, uma é natural de Gravataí, outra de Alvorada, a terceira de Porto Alegre, e a última nasceu na Capital catarinense.
Em Lages, na Serra, foram presas outras duas pessoas. Os nomes dos suspeitos e outros detalhes não foram divulgados.
Fonte: Caroline Borges, G1 SC