Mulher filmada em banheiro de posto do Rio conta que está com medo de usar banheiros públicos: É um dano psicológico surreal

Mulher filmada em banheiro de posto do Rio conta que está com medo de usar banheiros públicos: É um dano psicológico surreal
O frentista José Lucas Cândido foi demitido por justa causa — Foto: Reprodução/TV Globo

A dentista Laíris Gonçalves de Aguiar, filmada enquanto usava o banheiro de um posto de gasolina na Zona Sul do Rio, disse nesta segunda-feira (17) que está com medo de utilizar qualquer banheiro público e que está traumatizada pela situação.

"É uma indignação total. Horrível a sensação. É traumatizante, não desejo pra ninguém. É um dano psicológico surreal. Eu to com medo agora 24 horas e não confio mais em banheiro público. Fica meu alerta para as mulheres", disse a dentista ao RJ1.
Na última sexta-feira (14), Laíris percebeu que estava sendo filmada dentro do banheiro de um posto de gasolina na Lagoa, na Zona Sul. Com a ajuda do marido, ela conseguiu flagrar o frentista José Lucas Cândido. Ele foi demitido por justa causa e levado para a delegacia.

A dentista contou à reportagem como conseguiu perceber a ação do frentista.

"Eu pedi o frentista que estava abastecendo o carro a chave para ir ao banheiro. Já achei um pouco estranho porque tinha uma escada e o banheiro era subterrâneo. (...) Veio um frentista logo depois de mim e perguntou: 'Você ta procurando papel, você quer papel?' Eu falei que sim. Ele entrou em uma salinha de funcionários, pegou o papel e me deu. Eu agradeci e entrei no banheiro", contou.

"Assim que eu estava me secando, já acabando, eu olhei pra cima e tinha um buraco. O frentista estava lá me gravando. Eu gritei muito alto e meu marido foi atrás", relembrou a vítima.

Laíris contou que o marido rapidamente identificou quem a filmava. “Meu esposo foi atrás. O frentista ficou nervoso, começou a tremer e a negar. Mas conseguimos pegar o telefone e vimos o vídeo de 10 segundos que mostrava o vaso e eu me levantando”, descreveu.

A polícia foi chamada, e todos foram para a 14ª DP (Leblon).

Segundo a Polícia Civil do RJ, o frentista prestou depoimento em termo circunstanciado pelo crime de registro não autorizado de intimidade sexual, e o caso foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal. José Lucas Cândido responderá o processo em liberdade.

A pena para esse tipo de crime varia de 6 meses a 1 ano.

A delgada Juliana Ferreira da Silva, responsável pela investigação do caso, disse que casos como esses devem ser denunciados para que os criminosos possam ser punidos.

"Se a gente nunca expuser isso nunca vai parar de acontecer. Então acho que o correto é realmente, mesmo tendo muito medo, é a gente falar sobre, denunciar, é gritar como ela fez", explicou a delegada.

Através de nota, a Vibra, empresa que administra o posto, afirmou que o funcionário foi demitido por justa causa. Disse ainda que se solidariza com a vítima e vai acompanhar a condução do caso junto ao revendedor, solicitando providências para que esse tipo de situação não se repita.

“Além disso, a companhia reforçará em toda a sua rede revendedora os valores que prezamos enquanto empresa e cidadãos para que casos do tipo não se repitam”, emendou.

Fonte: Eduardo Tchao, RJ1