'Sinto alívio e receio', diz vítima de agressões do mineiro Erick Bretz sobre a volta dele à prisão nos EUA

"Sinto alívio e receio". Foi com esta mistura de sentimentos que a estudante Melissa Gentz, de 24 anos, falou sobre a volta do ex- namorado, Erick Bretz, à prisão na Flórida nos Estados Unidos. Ele deve ficar trinta dias detido por ter agredido a jovem, em 2018. A sentença saiu no mês passado e foi divulgada pela vítima nesta segunda-feira (9).

"Ao mesmo tempo em que consegui vencer esta primeira batalha, sei que ele só ficará preso por 30 dias aqui nos Estados Unidos. No momento, é provável que ele seja deportado pela imigração. Assim, fica complicado eu conseguir seguir em frente com o processo na Flórida. Apesar de ser bom pra os americanos não manter ele aqui, me preocupo com a liberdade dele no Brasil. Tenho certeza que se ele voltar ao Brasil, daqui a pouco ficaremos sabendo sobre uma terceira vítima. Estou tentando fazer minha parte para mostrar o quão perigoso o Erick é" , alertou a estudante.

Em setembro deste ano, Erick foi preso por agredir outra mulher.

Melissa disse que nunca mais foi a mesma depois das agressões sofridas em 2018. Ela contou que tenta viver a vida da "melhor forma", mas, com medo, descarta a possibilidade de voltar a morar no Brasil.

"Aqui nos Estados Unidos me sinto segura, mas eu não me sentiria assim no Brasil. Tenho medo da família dele porque eles apoiam o filho e negam os crimes que ele cometeu. Penso que a família Bretz não tem limites e continuarão fazendo de tudo para me derrubar."

O G1 tenta insistentemente contato com a família de Erick Bretz desde a noite de segunda-feira (9), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

A defesa do estudante aqui no Brasil informou, na tarde desta terça, que precisava apurar mais detalhes com a família para se posicionar.

O G1 também procurou os advogados que representam o estudante nos Estados Unidos, mas também não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

'Eu expus meu sofrimento porque não quero ver ninguém passando por isso'

Fazendo mestrado e morando atualmente no estado de Maryland, nos Estados Unidos, Melissa contou que quer usar a dor dela para alertar e ajudar mulheres que vivem um relacionamento abusivo.

"Eu quis expor meu sofrimento porque não quero ver ninguém passando por isso. Os sinais de um relacionamento abusivo são muito claros uma vez que você entende melhor sobre o assunto. É essencial se educar sobre este tema. Pretendo seguir em frente, compartilhar o que aprendi, e focar em educar as pessoas sobre relacionamentos saudáveis e amor próprio", explicou.

Fonte: Maria Lúcia Gontijo, G1 Minas — Belo Horizonte