Setembro Amarelo: campanha busca alertar sobre a valorização da vida
Setembro chegou e com ele o início de uma campanha com o intuito de prevenir o suicídio. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil são registrados cerca de 12 mil suicídios por ano. Desse total, 96,2% dos casos estavam relacionados à transtornos mentais, como depressão e ansiedade, por exemplo. De acordo com a coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps), Chenya Coutinho, a campanha ‘setembro amarelo’ traz a importância da ampla divulgação da temática com o foco na prevenção para a redução dos casos de suicídio.
Chenya explica que há um conjunto de razões que podem levar alguém a tirar a própria vida. “O suicídio possui múltiplos fatores. Não há um fator exclusivamente determinante”, destaca. Embora depressão e ansiedade sejam considerados ‘gatilhos’, a coordenadora ressalta que após a pandemia aumentou o número de pessoas que tentaram cometer suicídio. “E isso está ligado a outros fatores, principalmente sociais, como desemprego, perda de renda, dívidas, etc”, afirma.
Dessa maneira, ela explica que a campanha ‘setembro amarelo’ está ligada à valorização da vida. “Nós precisamos debater o suicídio buscando valorizar a importância da vida”, ressalta. Chenya diz que desde o mês de junho pra cá cerca de 30 pessoas já receberam alta após tentar o suicídio na capital. “Assim que somos informados que houve uma tentativa de alguém tirar a própria vida nós entramos em contato com a pessoa e oferecemos toda a ajuda possível. Fazemos um acompanhamento especial até a pessoa se sentir recuperada por completo”, diz.
Com isso, Chenya ressalta que a campanha é fundamental para alertar as pessoas que não há problemas ou dificuldades impossíveis. “A tristeza é um sentimento normal em diversas fases. Queremos ajudar a combater aquele pensamento organizado de querer terminar com a vida. Por isso o foco da campanha é justamente valorizá-la. Mostrar que há, sim, saídas para resolver quaisquer situações difíceis”, destaca.
Rede de apoio
E para auxilar as pessoas que estão passando por dificuldades, Chenya que diz que o Reaps conta com uma rede de apoio de segunda a sexta, das 08h às 20h, através do telefone 0800 729 3534. “O que nós fazemos não é uma psicoterapia, mas sim, um auxílio. Mostrando que há caminhos para pensar a vida, apontando outras saídas, que não seja a morte”, avalia.
Fonte: João Paulo Schneider/Infonet