Queimaduras: médico alerta para o uso do álcool em casa
Nos últimos meses, o uso de álcool em gel e álcool líquido tem sido uma constante na vida dos brasileiros. Sobretudo nos lares, a utilização aumentou por conta da pandemia e a necessidade de higienização por meio do produto. Por causa disso, tem sido necessário atentar-se aos cuidados para utilizar esse item que tem sido indispensável aos cuidados humanos.
O cirurgião plástico Bruno Cintra, da Unidade de Tratamento de Queimados do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) alerta que o álcool líquido não deve ser de uso doméstico. “Atualmente temos dez pessoas internadas por queimaduras na UTQ, e duas são por causa do álcool líquido. O álcool líquido não deveria ter em casa, é muito inflamável. Existe essa obsessão pelo álcool por conta do coronavírus, mas tem outros produtos para usar. Sabonete, detergente e etc. Então não tem necessidade do álcool líquido dentro de casa. O álcool líquido é um risco, quando se tem criança, fogão e etc.”, explica o médico.
Por sua vez, o álcool em gel segue sendo um produto essencial no cotidiano. Mas o cirurgião também avisa para os cuidados que se deve ter no uso doméstico. “O álcool em gel é aquele negócio: não conseguiu lavar as mãos, usa o álcool em gel. Isso é correto. Mas é para ser usado fora de casa. Dentro de casa você lava as mãos e usa outros produtos. Mas ele deve ficar longe de fogão e qualquer coisa que produza calor. As pessoas acham que não, mas o álcool em gel também toca fogo, e muitas vezes chega a explodir. Então álcool em gel em casa deve ficar longe de cozinha e qualquer produto elétrico.”, alerta.
Ainda assim, existem formas de se cuidar casos as queimaduras aconteçam. Dentre elas, a recomendação é de não inserir produtos que possam danificar ainda mais a região queimada no corpo. “Se a pessoa se queimar, tem que apagar a queimadura. Botar a mão dentro da água, pano limpo e seco e ir pra unidade de saúde mais próxima. Não é recomendável colocar nada em cima de queimadura. Nem pasta de dente, nem manteiga, nem nada. Senão a gente não consegue avaliar a queimadura da maneira adequada”, completou Bruno.
Fonte: Milton Filho e Aisla Vasconcelos/Infonet