Professores da rede pública estadual de SP fazem carreata na Zona Sul contra retorno às aulas presenciais
Professores da rede pública estadual de São Paulo fazem, na manhã desta quarta-feira (29), uma carreata contra a volta às aulas presenciais estimada pelo governo paulista para ocorrer a partir do dia 8 de setembro.
O grupo também cobra pagamento de salário e auxílio emergencial aos professores temporários, remunerados apenas pelas aulas efetivamente dadas. Como não está havendo aulas durante a quarentena, tais servidores estão sem salário.
Organizada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a carreata reúne docentes de todo o estado.
Por volta das 11h, os manifestantes se reuniram em frente ao Estádio do Morumbi, na Zona Sul da capital paulista. O grupo tentou seguir até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, mas foi impedido por bloqueios da Polícia Militar.
Em nota, a secretaria estadual da Educação afirma que a carreata "é norteada por princípios políticos obscuros em meio a mortos por uma pandemia".
"O buzinaço gerado fere o bom senso diante do barulho nas imediações de um hospital onde médicos e enfermeiros lutam para salvar vidas de doentes. Os mais de 180 mil docentes da categoria estão recebendo regularmente os seus salários durante a pandemia", diz o texto.
Ainda de acordo com a nota, o governo planeja a retomada das aulas "pautado em medidas de contenção da epidemia, atendendo aos interesses da população e sem colocar nenhuma vida em risco".
"Essa decisão foi adotada após diálogo com representantes de professores, funcionários, alunos, pais e administradores de escolas privadas, seguindo as recomendações sanitárias do Centro de Contingência do coronavírus."
Reabertura das escolas
No final de junho, o governo de São Paulo anunciou a reabertura das escolas de forma gradual a partir do dia 8 de setembro.
Entretanto, a medida só deverá ocorrer se o estado todo estiver na fase amarela do plano de flexibilização econômica.
O retorno prevê três etapas de retomadas das aulas: a 1ª será com 35% dos alunos, a 2ª com 70% e a 3ª e última com 100% dos alunos. Apesar da perspectiva de reabertura, os estudantes deverão continuar assistindo às aulas on-line.
Em 16 de julho, o governo chegou a anunciar reavaliação da proposta, após estimativa de que retomada das escolas poderia causar a morte de 17 mil crianças em todo o Brasil. No dia seguinte, porém, o secretário de Educação afirmou que a data estava mantida.
Fonte: G1 SP — São Paulo