Professor de Medicina do PA é investigado por questionar aluna se quando for estuprada vai ser no seco

Professor de Medicina do PA é investigado por questionar aluna se quando for estuprada vai ser no seco
Aluna foi questionada se preferia lubrificante ou 'no seco', quando fosse estuprada Foto: Reprodução

RIO - A Polícia Civil do Pará está investigando um professor de Medicina que perguntou a uma aluna se ela iria preferir usar lubrificante ou "no seco", quando fosse estuprada. O questionamento ocorreu durante aula do curso em uma faculdade privada de Belém e foi filmado. O vídeo viralizou nas redes sociais nesta quinta-feira.

O professor ensinava alunas a fazer um procedimento de intubação usando um boneco, quando indaga uma das estudantes se ela havia lubrificado o tubo. Diante da negativa, o docente muda o tom de voz e profere frase em apologia ao estupro.

"Quero ver se quando a senhora for estuprada vai querer levar o KY (gel lubrificante íntimo) para facilitar a vida ou vai preferir no seco mesmo", diz o professor, que prossegue a aula normalmente.

Após o ocorrido, o caso foi registrado na Polícia Civil, que investiga a prática de importunação sexual por meio da Divisão Especializada no Atendimento à Mulher.

O episódio revoltou a comunidade acadêmica e usuários das redes sociais. Uma manifestação foi marcada para esta sexta-feira em frente ao Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (Unifamaz), onde ocorreu o fato no último dia 17.

Em nota, a universidade disse que a reitoria, tão logo tomou conhecimento do ocorrido no Curso de Medicina, adotou todas as providências cabíveis e procedimentos administrativos para apurar os fatos, por meio do Comitê de Ética Disciplinar.

"O UNIFAMAZ reafirma seu compromisso com o ensino de qualidade, pautados no respeito humano e na integridade pessoal. Dessa forma, repudia veemente qualquer prática inadequada na relação acadêmica professor-aluno", diz a nota.

O Conselho Regional de Medicina do Pará informou que instaurou um procedimento administrativo, conforme previsto na Lei nº 3.268/57. O Ministério Público do Para (MP/PA) disse que está aguardando o andamento das investigações para que possa tomar as medidas cabíveis.

Fonte: Rodrigo Castro/O Globo