Prefeitura de SP libera em outubro atividade de reforço em escolas

Prefeitura de SP libera em outubro atividade de reforço em escolas
( Imagem ilustrativa )

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), autorizou nesta quinta-feira (17) a retomada das aulas presenciais para alunos do ensino superior a partir do dia 7 de outubro. A decisão vale para o ensino público e privado na cidade.

Nos ensinos infantil, fundamental e médio, a reabertura foi liberada apenas para atividades de reforço na mesma data.

"Não tem mais sentido, com os dados que nós temos, continuar a proibir o ensino superior na cidade de São Paulo. E em relação aos alunos de 0 a 17 anos, de responsabilidade do município, estado e rede privada, vamos liberar a partir de 7 de outubro as atividades extracurriculares", disse Covas durante coletiva de imprensa nesta quinta (17).

A definição sobre a retomada das aulas regulares para esses alunos, entretanto, só deve ser definida em novembro.

"Vamos continuar a realizar os inquéritos tanto de adultos quanto de crianças para poder avaliar e manter essa mesma linha ou de ter outra posição a partir de 3 de novembro", complementou o prefeito.

Resumo:

  • Ensino Superior: Liberado retorno presencial em outubro
  • Ensino Médio: Liberado apenas para atividades de reforço em outubro
  • Ensino Fundamental: Liberado apenas para atividades de reforço em outubro
  • Ensino Infantil: Liberado apenas para atividades de reforço em outubro

Segundo o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, embora ainda sem data, o retorno deverá priorizar alunos dos anos finais.

"Iniciaremos, quando pudermos retornar presencialmente, pelo terceiro ano Ensino Fundamental, pelo sexto ano do Ensino Fundamental, pelo nono ano do Ensino Fundamental e pelo terceiro ano do Ensino Médio. Há uma razão pedagógica para isso. No ano seguinte, esses alunos estarão mudando de ciclo, tornando a recuperação das aprendizagens mais difíceis", disse Caetano.

O cronograma do ano letivo também seguem sem definições. Caetano alegou ser "prematuro" pensar em suspender as férias de verão para que o conteúdo de 2020 possa ser recuperado. A gestão municipal prevê aplicar uma prova após a reabertura das escolas para mapear os impactos no ensino.

"Ainda não dá para falar disso, é prematuro, qualquer questão levantada agora seria não embasada tecnicamente, mas nós vamos, sim, lançar mão de todas as estratégias possíveis para dar tranquilidade aos pais, estudantes e professores de que nós recuperaremos toda a aprendizagem", afirmou o secretário.

Os anúncios foram feitos no início da tarde desta quinta-feira (17), durante coletiva virtual da gestão municipal para divulgar dados da nova etapa do inquérito sorológico feito em alunos da rede pública e privada.

De acordo com o levantamento, mais de 244 mil alunos das redes pública e privada já tiveram contato com o vírus da Covid-19 na capital paulista e 66% são assintomáticos. A terceira fase do inquérito sorológico entre crianças e adolescentes aponta que 16,5% dos alunos possuem anticorpos do novo coronavírus.

Calendário

Pelo cronograma de reabertura do governo estadual, a retomada das aulas presenciais está prevista para o dia 7 de outubro, desde que 80% da população do estado esteja na fase amarela do plano de flexibilização econômica há 28 dias.

Também presente na coletiva, o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, defendeu a oferta de atividade de reforço e disse ter recebido retorno positivo nos locais em que a medida já foi implementada.

"Abrir as escolas para as atividades extracurriculares tem sido um passo importante nas cidades que já iniciaram. Temos bom exemplo, aprendizado. São atividades opcionais. É opcional ir para escola. Não é obrigatório escola abrir, não é obrigatório par ao professor nem para a família. Essa é uma experiência importante durante o mês de outubro para que a gente continue avaliando e avançando com a saúde em primeiro lugar", afirmou o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, também presente na coletiva.

No estado, as escolas foram autorizadas a reabrir para aulas extra-curriculares, acolhimento e educação física no dia 8 de setembro. Apesar da liberação do governo estadual, as prefeituras têm autonomia para decidir quando e se irão reabrir.

Na capital, Covas vetou a reabertura na data após resultado do inquérito sorológico realizado em agosto em crianças e adolescentes apontar que 64% dos infectados desse público foram assintomáticos.

Na semana passada, Covas e o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, visitaram uma escola na Zona Leste da cidade para acompanhar a instalação dos protocolos e medidas de segurança preparatórios para a reabertura.

Debate

Pesquisa da Rede Nossa São Paulo divulgada na ultima quinta (10) apontou que 81% dos moradores da capital paulista são contrários ao retorno das aulas presenciais na cidade.

Nesta quarta (16), o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo divulgou uma nota pública dizendo que acha precipitado o retorno às atividades presenciais nas escolas tendo em vista os dados atuais sobre a Covid-19 e os riscos à saúde dos alunos e educadores.

Os sindicatos que representam os servidores da educação temem os riscos da reabertura. Por outro lado, entidades que representam as instituições privadas cobram a liberação para retomada e dizem que a rede particular está preparada para atender aos alunos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), a Unicef e a Unesco - braços da ONU sobre infância educação - divulgaram recentemente um documento dizendo que a volta às aulas deve ser prioridade na reabertura das economias.

Regras das aulas opcionais

A escolas que vão reabrir no dia 8 de outubro para atividades opcionais deverão respeitar as seguintes regras:

  • Receber até 35% da sua capacidade para alunos da Educação Infantil e Fundamental e nos anos iniciais;
  • Receber até 20% da sua capacidade para alunos do Ensino Médio e anos finais.
  • Manter o distanciamento de 1,5 metro entre os estudantes.
  • Estabelecer horários de entradas e saídas que serão organizados para evitar aglomeração, e serão preferencialmente fora dos horários de pico do transporte público.
  • Intervalos e recreios devem ser feitos sempre em revezamento de turmas com horários alternados.
  • As atividades de Educação Física estão permitidas desde que se cumpra o distanciamento de 1,5 metro. Devem ser realizadas, preferencialmente, ao ar livre e cuidando da higienização dos equipamentos.
  • É recomendado que o ensino remoto continue em combinação com a volta gradual presencial.
  • O uso de máscara é obrigatório para todos dentro da instituição e no transporte escolar.
  • A Instituição deve fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) para os funcionários.
  • Bebedouro será proibido. Água potável deve ser fornecida de maneira individualizada. Cada um deverá ter seu copo ou caneca.
  • Banheiros, lavatórios e vestiários devem ser higienizados antes da abertura, depois do fechamento e a cada três horas.
  • Lixo deve ser removido no mínimo três vezes ao dia.
  • Superfícies que são tocadas por muitas pessoas devem ser higienizadas a cada turno.
  • Ambientes devem ser mantidos ventilados com janelas e portas abertas, evitando toque em maçanetas e fechaduras.

O distanciamento tem exceções, como no caso da educação infantil e creches, em que não há como manter essa distância entre bebês e cuidadores.

Fonte: G1 SP — São Paulo