Pia vai rever escolhas e busca respostas no futuro da seleção: 'Melhorar parte física e mental'
A sensação de que dava para ir além provavelmente acompanhará a mente dessas atletas da seleção brasileira por um tempo. O sentimento de que escolhas diferentes também poderiam ter funcionado talvez fique com a técnica Pia Sundhage. A eliminação nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Tóquio, nos pênaltis para o Canadá, deixa mais aprendizado e menos cicatrizes do que em outros tempos.
Isso porque hoje existe um trabalho sério em andamento. E trabalhos sérios e bem estruturados também estão sujeitos a acertos e erros.
- Claro que estou muito triste. Desculpem por não termos chegados na semifinal. Tenho que voltar e fazer meu dever de casa para fazermos melhor na próxima vez. Poderíamos ter aumentando nossa velocidade, nosso ritmo. Mas o Canadá nos venceu e isso é sempre difícil - disse a técnica Pia Sundhage.
É preciso revisar escolhas, analisar os tais erros e acertos. Contra o Canadá, a seleção fez um jogo protocolar e não conseguiu se aproveitar as fraquezas de um rival já conhecido para definir o jogo no tempo normal. Em nada lembrou os momentos bons naquele segundo jogo contra a Holanda. Marta teve o talento pouco explorados. Foram poucas soluções e variações táticas num meio campo que não conseguiu carregar o time.
- Talvez a gente pudesse ter feito mais no ataque hoje, mas aí não teríamos sido tão boas na defesa. Para mim é um equilíbrio. Encontrar essa jogadora criativa é o mais importante, essa jogadora que defende e ataca, que encontra espaço no último terço, o último passe - analisou Pia.
A treinadora sueca dona de três medalhas olímpicas assumiu o Brasil há dois anos. Por conta do adiamento das Olimpíadas, teve mais um ano do que o previsto para preparar um trabalho. Nesse período, acompanhou e participou de mudanças essências na estrutura da seleção, na forma de se trabalhar e até influenciou por um trabalho sério pelo Campeonato Brasileiro.
Pia vê futuro talentoso, mas ainda atrás no aspecto físico e mental
Ela deixou claro que sua intenção é longo prazo no Brasil. Talvez por isso não tenha tido tanto apego em deixar Cristiane fora da Olimpíada. Pia deixou claro que quer preparar o Brasil do futuro. E ela acreditar ter as peças. Mas vê necessidade de lapidar em dois aspectos: físico e mental.
- A mensagem que eu deixo para o futebol feminino do Brasil é que é brilhante. Se o Brasil quer estar no mais alto nível internacional, e nós queremos, há duas coisas, melhorar um pouco o condicionamento físico e a parte mental. Acho que temos um time coeso, mas ainda há espaço para melhorar na parte física e na parte mental, para lidar com qualquer tipo de dificuldade - disse a treinadora.
Pia também ressaltou que busca uma jogadora específica para essa seleção brasileira do futuro. Uma peça que fez falta na partida diante do Canadá
- Falando sobre o que podemos fazer melhor, eu diria organizar a defesa, colocamos muito esforço nisso. Precisamos de meio-campistas que controlem o ataque, quero ver mais jogadoras como Angelina e Formiga, que têm os dois lados (ataque e defesa) - disse.
Essa foi a segunda vez que a seleção brasileira feminina não se classificou para as semifinais do torneio olímpico. A outra vez foi em 2012, nos Jogos de Londres. Em todas as outras participações disputou medalha. E conquistou duas pratas em Atenas 2004 e Pequim 2008
Os Jogos Olímpicos deste ano já são o início do fim da mais vitoriosa geração da história da seleção. E parte do dever de casa que Pia pretende fazer agora parte pela ideia de um recomeço. Com caminho bem mais pavimento.
- É sobre o futuro. acredito que fizemos algo bom para a próxima geração. Perdemos, é horrível. De novo, desculpas, mas temos um futuro brilhante pela frente.
Fonte: Globoesporte.com