Paes nega decisão política para abrir igrejas, justifica aval para academias e diz: 'Não tem nada de feriado'
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), afirmou nesta terça-feira (23) que os 10 dias de folga não podem ser encarados pela população como um superferiado. Em entrevista ao G1, Paes também explicou o decreto que restringe serviços não-essenciais, mas permite a abertura de academias e igrejas.
Ele nega que a flexibilização em relação a essas duas atividades seja uma decisão política. Segundo o prefeito, foi dele a ideia da antecipação dos feriados que se transformou em um projeto de lei enviado pelo governador Cláudio Castro (PSC) à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
"É óbvio que não é superferiado", diz.
"O objetivo da antecipação dos feriados, que é a ideia inicial que eu tinha dado ao governador, é no sentido de preservar o comércio", afirma.
A votação na Alerj é nesta terça-feira. Segundo Paes, o impacto aos empresários seria muito grande se tivessem que parar agora e na próxima semana, pagando os funcionários e não obtendo receitas.
"Teria que pagar dobrado, é uma maneira de preservar e proteger o comércio. Não tem nada de feriado, são medidas de restrição e proteção da vida".
Igrejas e academias
No decreto publicado na noite de segunda-feira (22), Paes autorizou o funcionamento de igrejas, com restrições. Ele nega que seja uma decisão política e afirma que obedece a uma regra estadual.
"É uma lei estadual que considera as igrejas como serviço essencial, a gente tem que respeitar a lei estadual. O que estamos colocando ali é uma limitação da categoria de risco muito alto, chegando a 40% da ocupação. Tudo o que eu não estou fazendo nesse momento é política. Se eu quisesse fazer política, eu acompanhava o decreto com a proposta do governador", afirmou.
Em seguida, completou. "Apesar de eu achar que as pessoas têm direito à sua oração".
O novo decreto da Prefeitura não cita a abertura de academias de ginástica, mas uma outra norma de 4 de março já autorizava a abertura por considerar "a manutenção dos níveis de saúde" como essencial.
"O próprio pessoal da Secretaria Municipal de Saúde entendeu que, com limitações, e com exercícios individuais você minimiza os impactos até psicológicos da pandemia. Por isso, a libertação de prática de esporte individual em praias, nos parques e em academias, com limitações e proteção.
Não poderão funcionar:
- lojas de comércio não essencial;
- shoppings;
- boates;
- danceterias;
- museus;
- galerias;
- bibliotecas;
- salões de cabeleireiro;
- clubes;
- quiosques;
- parques de diversão
- escolas;
- universidades;
- creches;
- eventos esportivos (incluindo jogos de futebol);
- estabelecimento de ensino de esportes, música, arte, cultura, cursos de idiomas, cursos livres, preparatórios e profissionalizantes (presenciais);
- centro de treinamento e formação de condutores.
Poderão funcionar (com restrições):
- bancas de jornal, sendo proibida a venda de bebida alcoólica;
- supermercado;
- farmácia;
- atividades físicas individuais em parques e praias;
- transporte;
- comércio atacadista;
- pet shop;
- lojas de material de construção;
- locação de carros;
- serviços funerários;
- bancos;
- serviços médicos;
- mecânicas e loja de autopeças;
- hotelaria, com serviço de alimentação restrito a hóspedes;
- igrejas;
- postos de combustíveis;
- feiras livres;
- serviços de telecomunicações, teleatendimento e call-center.
Fonte: Gabriel Barreira, G1 Rio