Paes nega decisão política para abrir igrejas, justifica aval para academias e diz: 'Não tem nada de feriado'

Paes nega decisão política para abrir igrejas, justifica aval para academias e diz: 'Não tem nada de feriado'
Eduardo Paes em reunião no Rio em fevereiro de 2021 — Foto: Reprodução/GloboNews

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), afirmou nesta terça-feira (23) que os 10 dias de folga não podem ser encarados pela população como um superferiado. Em entrevista ao G1, Paes também explicou o decreto que restringe serviços não-essenciais, mas permite a abertura de academias e igrejas.

Ele nega que a flexibilização em relação a essas duas atividades seja uma decisão política. Segundo o prefeito, foi dele a ideia da antecipação dos feriados que se transformou em um projeto de lei enviado pelo governador Cláudio Castro (PSC) à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

"É óbvio que não é superferiado", diz.

"O objetivo da antecipação dos feriados, que é a ideia inicial que eu tinha dado ao governador, é no sentido de preservar o comércio", afirma.

A votação na Alerj é nesta terça-feira. Segundo Paes, o impacto aos empresários seria muito grande se tivessem que parar agora e na próxima semana, pagando os funcionários e não obtendo receitas.

"Teria que pagar dobrado, é uma maneira de preservar e proteger o comércio. Não tem nada de feriado, são medidas de restrição e proteção da vida".

Igrejas e academias

No decreto publicado na noite de segunda-feira (22), Paes autorizou o funcionamento de igrejas, com restrições. Ele nega que seja uma decisão política e afirma que obedece a uma regra estadual.

"É uma lei estadual que considera as igrejas como serviço essencial, a gente tem que respeitar a lei estadual. O que estamos colocando ali é uma limitação da categoria de risco muito alto, chegando a 40% da ocupação. Tudo o que eu não estou fazendo nesse momento é política. Se eu quisesse fazer política, eu acompanhava o decreto com a proposta do governador", afirmou.

Em seguida, completou. "Apesar de eu achar que as pessoas têm direito à sua oração".

O novo decreto da Prefeitura não cita a abertura de academias de ginástica, mas uma outra norma de 4 de março já autorizava a abertura por considerar "a manutenção dos níveis de saúde" como essencial.

"O próprio pessoal da Secretaria Municipal de Saúde entendeu que, com limitações, e com exercícios individuais você minimiza os impactos até psicológicos da pandemia. Por isso, a libertação de prática de esporte individual em praias, nos parques e em academias, com limitações e proteção.

Não poderão funcionar:

  • lojas de comércio não essencial;
  • shoppings;
  • boates;
  • danceterias;
  • museus;
  • galerias;
  • bibliotecas;
  • salões de cabeleireiro;
  • clubes;
  • quiosques;
  • parques de diversão
  • escolas;
  • universidades;
  • creches;
  • eventos esportivos (incluindo jogos de futebol);
  • estabelecimento de ensino de esportes, música, arte, cultura, cursos de idiomas, cursos livres, preparatórios e profissionalizantes (presenciais);
  • centro de treinamento e formação de condutores.


Poderão funcionar (com restrições):

  • bancas de jornal, sendo proibida a venda de bebida alcoólica;
  • supermercado;
  • farmácia;
  • atividades físicas individuais em parques e praias;
  • transporte;
  • comércio atacadista;
  • pet shop;
  • lojas de material de construção;
  • locação de carros;
  • serviços funerários;
  • bancos;
  • serviços médicos;
  • mecânicas e loja de autopeças;
  • hotelaria, com serviço de alimentação restrito a hóspedes;
  • igrejas;
  • postos de combustíveis;
  • feiras livres;
  • serviços de telecomunicações, teleatendimento e call-center.

Fonte: Gabriel Barreira, G1 Rio