Ministério Público afirma que situação da capital é gravíssima
Os Ministérios Públicos Estadual e Federal de Sergipe se reuniram virtualmente na manhã desta terça-feira, 16, com representantes dos hospitais da rede particular da capital, para entender a real situação das unidades de saúde e a ocupação de leitos pela Covid-19. De acordo com o Ministério Público Estadual (MPSE), a situação da capital é diferente das demais cidades sergipanas e precisa de medidas restritivas diferentes para conter a Covid-19.
“Assim como na primeira onda, os Ministérios Públicos vêm monitorando taxas de ocupação de UTIs, apartamentos e enfermarias. Lamentavelmente nossa situação atual é gravíssima. Nós estamos hoje com dois grandes hospitais de rede com seus serviços de urgência e emergência suspensos. Significa que nós não temos mais capacidade de ampliação. Não só porque existe uma capacidade instalada da rede privada, mas também por falta de equipes médicas para fazer assistência. Precisamos fazer esse alerta”, enfatiza Euza Missano, promotora de justiça.
Na reunião de hoje os Ministérios Públicos buscaram informações com os representantes dos hospitais da rede privada sobre a origem dos pacientes que estão internados. De acordo com a promotora, quase 90% dos pacientes internados são da cidade de Aracaju.
“Portanto, Aracaju tem uma condição diferenciada do interior do Estado e devemos nesse sentido adotar medidas mais restritivas. Tivemos um número de óbitos em 15 dias de março superior ao mês inteiro de fevereiro , assim como também as internações. Na primeira onda 30% dos pacientes eram submetidos a tratamento na UTI, hoje mais de 50% dos pacientes internados precisam de UTI, e nas grandes redes, pacientes entubados estão nas urgências e emergências por falta de leito. UTIs estão sendo montadas nas urgências e emergências”, ressalta.
Diante da situação agravada da capital, os Ministérios Públicos Estadual e Federal emitiram na última segunda-feira, 15, recomendação de medidas mais restritivas em Aracaju e aguardam um posicionamento do prefeito da capital.
“O MPE compreende e entende a responsabilidade dos gestores do município, tanto que formalizou recomendação para que as medidas restritivas de Aracaju sejam diferenciadas das que foram adotadas para todo o Estado, por termos aqui uma situação completamente diferente das demais cidades do interior. A recomendação foi apresentada com prazo de 48 horas, a partir de segunda-feira para que haja uma resposta dos gestores no sentido do acatamento ou não das medidas que foram apresentadas”, explica.
Além da recomendação de medidas mais restritivas em Aracaju, o Ministério Público Estadual, considerando as informações apresentadas pela rede privada de problemas com insumos, kit intubação Covid, especialmente relaxante muscular, vai instaurará Procedimento Administrativo para monitoramento, inclusive quanto às reservas de oxigênio.
Fonte: Karla Pinheiro/Infonet