Luxemburgo ameaçado? Veja por que o técnico segue prestigiado pela diretoria do Palmeiras
A pior sequência do Palmeiras desde a reinauguração no Allianz Parque, sacramentada depois de empate por 1 a 1 diante de um Flamengo extremamente desfalcado, não alterou o prestígio de Vanderlei Luxemburgo. Apesar das críticas, há fatores que sustentam o trabalho da comissão técnica neste momento difícil.
Ninguém na diretoria do Palmeiras, a começar pelo presidente Maurício Galiotte, cogita a troca no comando neste momento de cinco jogos sem vencer na arena. O principal fator que sustenta Luxa em alta é resultado.
Defende-se a ideia de que o Palmeiras, como único grande de São Paulo a vencer um título no ano (Campeonato Paulista), tem um trabalho "no caminho certo". A conquista sobre o Corinthians reforça a convicção no trabalho de Luxemburgo, embora exista uma autocrítica interna de que há espaço para um futebol melhor.
Além do Paulistão, a campanha atual na Copa Libertadores da América também potencializa o prestígio de Luxa e da comissão técnica. O Palmeiras, que entra em campo na quarta para encarar o Bolívar, lidera o grupo B depois de quatro rodadas e depende de apenas um empate em casa contra os bolivianos para avançar de fase. Use o simulador do ge.
Reestruturação e adeus de Dudu
Os resultados, como citados, são tratados sob um aspecto geral, assim como o próprio trabalho do dia a dia. Depois de cinco anos com alto investimento e liderando o mercado da bola, o Palmeiras mudou de panorama na atual temporada. De comprador, virou mais vendedor, e isso pesa na análise sobre Luxa.
Em meio à paralisação pela pandemia, o Palmeiras perdeu o melhor jogador dos últimos anos. A saída de Dudu, peça tratada pela diretoria como de difícil (ou quase impossível) reposição, alterou o planejamento de elenco para a temporada. Não há uma referência técnica deste tamanho dentro do elenco.
Sem Dudu e grandes contratações – a exceção é Rony, que ainda não rendeu o esperado –, Luxa tomou coragem para lançar peças das categorias de base, algo cobrado internamente, inclusive com metas traçadas por temporada, política exposta publicamente ainda na gestão de futebol de Alexandre Mattos.
Sob o comando do veterano treinador, o Palmeiras tornou Gabriel Menino e Patrick de Paula, promovidos no início do ano, peças fundamentais e de destaque. Recentemente, Luxa ainda promoveu Danilo para o mesmo setor de meio-campo.
No ataque, atualmente Gabriel Veron, com recém-completados 18 anos, tem feito companhia a Luiz Adriano. Este trabalho com os jovens, todos os citados com bastante potencial de mercado, também reforça a confiança no trabalho.
Fator pandemia
O terceiro grande fator que pesa na avaliação de Luxa é a pandemia que paralisou o futebol brasileiro por mais de quatro meses. O Palmeiras pré-Covid-19 somava oito jogos de invencibilidade e com cinco vitórias e dividia a melhor campanha do torneio com o Santo André, justamente o adversário superado nas quartas de final.
É um ano atípico, em que o novo coronavírus diminuiu a capacidade do Palmeiras de ir ao mercado e buscar, por exemplo, um substituto de Dudu. O Palmeiras, em virtude da paralisação e todo o contexto que, por exemplo, tira o público da arena, calcula R$ 200 milhões a menos de receita em 2020.
Fonte: Globoesporte.com