Hospital de Campanha é fiscalizado após recebimento de denúncias
Após o recebimento de denúncias sobre a infraestrutura do Hospital de Campanha construído pela Prefeitura de Aracaju, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (Sesse) participou de uma fiscalização no local durante a manhã desta sexta-feira, 3. As informações recebidas pelo sindicato apontam erros relacionados à rede de gás do hospital e à contratação indevida de funcionários.
O funcionamento do hospital foi iniciado em maio com capacidade de 152 leitos para pacientes com Covid-19 mas, de acordo com as denúncias, grande parte dos pacientes precisam de transferência devido à falta de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Ainda segundo as denúncias recebidas pelo Sindicato dos Enfermeiros, a rede de gás do hospital parou de funcionar no último dia 23, gerando óbitos e traumas pulmonares entre os pacientes.
Além das denúncias relacionadas à infraestrutura do hospital, o sindicato recebeu a informação de que, entre os 80 funcionários credenciados para trabalhar no local, apenas 27 foram contratados. A denúncia alega que alguns deles não assumiram os cargos por conta da incompatibilidade com o horário de outros trabalhos, considerando que a Prefeitura Municipal de Aracaju só estava convocando os enfermeiros para o turno da manhã.
De acordo com o sindicato, durante a fiscalização foi visto que somente 60 leitos estão ativos, com 41 leitos ocupados no momento, enquanto profissionais da unidade básica de saúde relatam constantemente a dificuldade para realizar a transferência de pacientes de outras unidades para o Hospital de Campanha. Segundo a assessoria, durante a fiscalização a equipe de gestão do hospital afirmou que não existe uma central para esterilização dos materiais utilizados no hospital.
A Secretaria Municipal da Saúde nega a informação de problema na rede de gás e ressalta que os relatórios técnicos são capazes de demonstrar que o funcionamento está conforme as normas estabelecidas. De acordo com a SMS, a abertura de mais 42 leitos será realizada neste sábado, 4, totalizando 102.
A secretaria afirma ainda que a ativação desses novos leitos foi possível graças a contratação dos médicos formados no exterior, determinada por uma Ação Civil Pública movida pelos Ministérios Público Federal, Estadual e do Trabalho e pela contratação de médicos listados pelo Cremese. Segundo a SMS, a contratação dos profissionais de saúde está sendo realizada de acordo com Processo Seletivo e editais de Chamamento Público.
Sobre a falta de Unidade para Tratamento Intensivo (UTI), a SMS explica que a regulação e a implantação dos leitos são de responsabilidade do Estado, por meio do Sistema Interfederativo de Garantia de Acesso Universal (SIGAU) e todos os recursos do governo federal para a gestão muncipal desses leitos são enviados à gestão estadual.
Fonte: Juliana Melo/Infonet