Horas antes do eclipse total da Lua, um asteroide vai passar “próximo” à Terra

Horas antes do eclipse total da Lua, um asteroide vai passar “próximo” à Terra

Muita gente está ansiosa para assistir ao primeiro eclipse total da Lua de 2022, que começa às 23h28 do domingo (15) e termina às 2h55 de segunda-feira (16). Mas esse verdadeiro espetáculo não será o único acontecimento marcante no céu desta grande noite: horas antes, um asteroide passará “próximo” à Terra – e estimativas dão conta de que ele pode ter entre 200 m e quase meio km de diâmetro.

Chamada 2008 TZ3, a rocha espacial pode chegar a menos de 5,8 milhões de km do nosso planeta (o que, claro, é uma distância imensa e segura, mas relativamente curta em proporções astronômicas).

De acordo com dados do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) da NASA, essa aproximação máxima do asteroide com a Terra será por volta das 18h18 pelo horário de Brasília, pouco mais de cinco horas antes do início do eclipse.

É preciso deixar claro que não há nenhuma razão para pânico, já que não existe qualquer possibilidade de colisão com a Terra. “2008 TZ3 voará a cerca de 15 vezes a distância da Lua”, disse Paul Chodas, diretor da CNEOS, em entrevista ao site norte-americano News Week. “Conhecemos a órbita deste asteroide com muita precisão e podemos prever com confiança que ele não será capaz de se aproximar mais do que cerca de 15 distâncias lunares em 15 de maio”.

Ainda segundo Chodas, o asteroide viajará a cerca de 29,5 mil km por hora em relação à Terra, o que é cerca de nove vezes mais rápido do que uma bala disparada por um rifle.

Não é possível saber o tamanho exato do asteroide
Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon), disse que não é possível saber com exatidão o tamanho dessa rocha espacial.

“A órbita desse asteroide está bem definida, então as informações que temos sobre ele são precisas. Entretanto, não tem como saber com precisão o tamanho dele. O que temos é uma estimativa, baseada no brilho. E o brilho é algo que também pode variar em função do albedo, que é a capacidade que a superfície da rocha tem de refletir a luz”, explicou Zurita.

Segundo ele, existem duas formas de se calcular o tamanho de um asteroide. “A mais precisa é através da observação de uma ocultação estelar. Quando o asteroide passa em frente a uma estrela, é possível medir o tempo da duração dessa ocultação, possibilitando calcular o tamanho com precisão. E a outra, é através do cálculo do albedo, ou seja, da medição do índice de refletividade da rocha. Isso é feito por meio de análises espectrais, para determinar a composição da superfície do asteroide, e, a partir daí, podemos calcular o seu albedo”.

Zurita afirmou que nenhum desses dois estudos foi feito em relação ao asteroide 2008 TZ3, motivo pelo qual as estimativas são imprecisas. Ele pode se comparar a um prédio de 40 andares (200 m) ou ser maior do que o morro do Pão de Açúcar (400 m).

O TZ3 de 2008 chegou mais perto da Terra do que a aproximação deste ano em três ocasiões: em 2016, 2018 e 2020. A aproximação de 2018 foi a menor de todas: em torno de seis distâncias lunares (cerca de 2,3 milhões de km).

Fonte: Flavia Correia