Governo opera para evitar CPI do MEC, que ganhou força após prisão de Milton Ribeiro

Governo opera para evitar CPI do MEC, que ganhou força após prisão de Milton Ribeiro
Imagem ilustrativa

A equipe do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados no Senado lançaram uma operação para evitar a criação da CPI do MEC, que ganhou força depois da prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

A oposição já conseguiu 26 assinaturas, restando apenas uma para que sejam atingidas as 27 mínimas necessárias para apresentação do requerimento na mesa do Senado.

Segundo aliados do governo, a estratégia para evitar a instalação da CPI está focada em dois pontos.

O primeiro é garantir a liberação de verbas neste ano eleitoral para senadores, buscando convencê-los a não assinar o requerimento ou, se preciso, retirar assinaturas do requerimento elaborado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

A segunda estratégia é argumentar com senadores que a Polícia Federal já está com as investigações avançadas e não faz sentido o Senado criar uma CPI para investigar o que já levou até a prisões.

Além disso, a equipe presidencial está buscando garantir apoio político a senadores que estão disputando a reeleição neste ano.

A oposição espera conseguir a assinatura que falta ainda nesta semana, argumentando que é preciso investigar outros casos de irregularidades no Ministério da Educação além do tráfico de influência na liberação de verbas praticado pelo pastores.

O senador Randolfe Rodrigues lembra que há denúncias de compra superfaturada de kit robótica e favorecimentos na distribuição de caminhões frigoríficos para distribuição de merenda escolar.

No Palácio do Planalto, além da operação para barrar a criação da CPI do MEC, o presidente Jair Bolsonaro busca de descolar do caso.

Depois de dizer que “botava a cara no fogo” pelo ex-ministro, agora ele diz que, se Milton Ribeiro cometeu irregularidades, terá de responsabilizar pelos seus atos. O governo tenta evitar mais desgastes para a imagem do presidente com a prisão do ex-ministro.

Fonte: Valdo Cruz/G1