Flamengo oscila, Sampaoli sofre primeiros questionamentos, mas diretoria confia no processo

Flamengo oscila, Sampaoli sofre primeiros questionamentos, mas diretoria confia no processo
Sampaoli gesticulou muito contra o Racing AFP

Com apenas duas vitórias em cinco jogos, e decepções nas partidas com grau de importância maior, o Flamengo vive mais um período de turbulência, agora sob o comando de Jorge Sampaoli, que sofre os primeiros questionamentos no clube.

As decisões do treinador diante do Racing pela Libertadores não caíram bem entre parte da diretoria, que se mantém à parte e deixa os ajustes serem feitos pelo experiente profissional no início de trabalho. O vice de futebol Marcos Braz e o diretor Bruno Spindel conversam pouco com o técnico e confiam no processo ao lado dos profissionais.

Dentre os detalhes que geraram certo incômodo a esta altura estão a constante mudança na equipe, as variações táticas com uso eventual de três zagueiros e goleiro-linha e o baixo aproveitamento de jovens da base. Mas compreende-se que Sampaoli teve apenas oito treinos com todo o grupo.

O período que se avizinha é visto no Flamengo como chave para uma virada positiva, mas ao mesmo tempo o cenário é perigoso para que uma nova crise leve o time a ver a temporada 2023 cada vez mais no papel de coadjuvante.

Entre o começo de maio e o início de junho serão três jogos pelo Brasileiro, em que a equipe já se aproxima da zona de rebaixamento, duelos decisivos contra o Fluminense pela Copa do Brasil, e também mais dois confrontos da fase de grupos da Libertadores.

O momento se aproxima do que aconteceu em 2022, quando a virada se deu após classificação contra o Atlético-MG, também na Copa do Brasil. Naquele contexto, porém, o Flamengo não vivia tantos problemas de lesão como agora, que dificulta na montagem da equipe em sua força máxima.

Falta de transparência

A caixa preta do departamento médico é um dos desgastes ao longo da temporada. No clube, muito se questiona a situação física de fato de alguns medalhões, como David Luiz, Rodrigo Caio, Filipe Luís, e agora também o meia Gerson, que deve parar por quase um mês e perder a sequência importante pela frente.

Há também pouca troca de informação entre um vestiário cada vez mais controlado por Sampaoli, os dirigentes do futebol e os funcionários de todos os setores da pasta. Até os jogadores ficam na dúvida sobre as decisões da comissão técnica e do departamento médico, onde há pouca transparência.

No domingo, o Flamengo encara o Athletico-PR em Curitiba e as voltas de Arrascaeta e Bruno Henrique ainda não podem ser consideradas reforços. Os dois jogadores tiveram lesões graves e precisarão de uma adaptação gradual. A tendência é que não rendam o que podem este ano diante do calendário apertado. Mas ninguém do clube veio à público esclarecer, e nem internamente se sabe detalhes.

Fonte: Diogo Dantas / O Globo