Deputada estadual espera que preso por tentar matá-la abra a boca e revele o mandante
A prisão do homem que tentou matar Solange Freitas, ex-repórter da TV Tribuna, emissora afiliada à Rede Globo, gerou um "sentimento de justiça" na vítima. Ao g1, ela disse que a detenção representa "mais uma passo" para chegar ao responsável por ter planejado o assassinato. "Não vejo a hora de que um deles [a dupla detida] abra a boca ou que a polícia consiga provas de quem foi o mandante".
O crime aconteceu em São Vicente, no litoral de São Paulo, quando ela era candidata a prefeita da cidade. O carro blindado em que ela estava com a equipe foi alvejado por pelo menos cinco tiros. Até o momento, dois homens foram presos.
O primeiro a ser detido foi um policial militar rodoviário, em 2020. O último, que estava foragido, foi achado na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em Praia Grande, cidade vizinha, neste domingo (5).
"O sentimento maior que me vem é de justiça. Quando tem uma coisa [nova] neste caso, e quando ele foi preso, foi justiça sendo feita. É a verdade que está aparecendo cada vez mais. É a palavra que mais me vem na cabeça, no sentimento e no coração", desabafou.
Ela acrescentou que, além do sentimento de justiça, restou a tristeza e também a indignação pelo ocorrido. "Falar de novo sobre esse assunto depois de ter passado por tudo que passei não é fácil. Na hora, você não lembra que está num carro blindado, acha que pode morrer mesmo".
Busca pelo 'mandante'
Hoje deputada estadual, Solange Freitas (União Brasil) ressaltou que, agora, deseja que o responsável por planejar o atentado contra ela seja identificado e preso.
"Não vejo a hora de que um deles [a dupla presa] abra a boca ou que a polícia consiga provas de quem foi o mandante e ele vá para a cadeia. Ainda está faltando isso, que é o principal, na minha opinião", pontuou a vítima.
Por fim, ela afirmou que, apesar da última prisão, o conceito total de justiça não poderá se aplicar no caso. "Nunca vai ser completa, pois sofri o atentado no meio de um processo eleitoral, que me atrapalhou naquela eleição. As coisas começam a acontecer dois anos depois".
Entenda o caso
Solange Freitas e outras quatro pessoas passavam pela Avenida Monteiro Lobato, na Vila Voturuá, por volta das 10h30 do dia 11 de novembro, quando um motociclista se aproximou do veículo e atirou na direção da janela do passageiro. Após disparar, o condutor acelerou a motocicleta e fugiu.
Um video obtido com exclusividade pelo produtor da TV Tribuna Luiz Linna, mostra o momento em que a moto se aproxima do carro da candidata e efetua os disparos. Depois, acelera e foge.
“O foco era onde eu sento, que é geralmente na frente”, explicou Solange em entrevista ao g1, na época. Ela acredita que alguém estava seguindo o carro em que estavam. “Não vejo outro motivo a não ser política. Para quê iam fazer isso? Não imaginava que ia chegar a isso. Não é um ataque só a mim. Eles querem que eu desista, mas eu não vou”, disse após o ocorrido.
Um policial militar rodoviário foi preso em novembro de 2020, suspeito de envolvimento no atentado. O PM teve a prisão temporária decretada pela Justiça e foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, na Capital. Conforme apurado pelo g1, ele não seria o atirador.
Um homem de 33 anos chegou a se apresentar na Delegacia Sede de São Vicente dias após o crime, alegando ser o autor do atentado contra a candidata. Porém, a Polícia Civil alegou que ele é um falso suspeito, pois as versões apresentadas pelo rapaz não correspondem com as investigações.
Os policiais identificaram que a versão deste homem foi limitada aos fatos e imagens veiculados pela mídia, e não coincidiram com o que já havia sido apurado pela equipe de investigação, principalmente relativo ao trajeto de antes e depois ao atentado e, também, do contato feito com outro suspeito pouco antes da tentativa de homicídio, que lhe indicou o carro da vítima.
Fonte: G1 Santos