Daniel Boaventura sobre dose tripla na TV: "Perceber o meu amadurecimento artístico"

Daniel Boaventura sobre dose tripla na TV:
Daniel Boaventura (Foto: Reprodução/ Instagram)

Daniel Boaventura chegou aos 50 anos de idade, completados no dia 20 de maio, feliz e sem medo de envelhecer. Em entrevista exclusiva, ele contou como recebeu a nova idade. “Feliz e cheio de vontade de encarar novos projetos”, diz.

Separado de Maria Netto, após seis anos de casamento, o ator e cantor conta como está vivendo esse momento de solteirice. “Tranquilo, dedicado às filhas, à família aos trabalhos e aos amigos”, pondera Daniel que até pouco tempo se viu atuando na TV em três programações: Laços de Família, do Vale a Pena Ver de Novo, no seriado Tapas e Beijos e também no papel de Silvio Santos na série Hebe, que teve o seu último episódio na quinta-feira (1). “Esta é uma das características extremamente positivas e mágicas dessa profissão. Poder registrar o momento de uma atuação que fica preservado para sempre", avalia.

Daniel, que era admirado por Hebe e chegou a participar do último DVD da apresentadora, falou ainda sobre a responsabilidade de interpretar Silvio Santos. “Justamente por se tratar de uma cena que aparecia no filme e na série, senti sim uma responsabilidade em fazer algo verdadeiro, respeitoso e tentando buscar o que seria o mais verossímil possível. Sim, estava nervoso e preocupado, mas usei isso ao meu favor e ainda tive o prazer de contracenar com Andrea Beltrão como Hebe. Isso por si só já valeu”, ressalta ele, que também comemorou repetir a parceria com a atriz, com quem também dividiu a cena em Tapas e Beijos.

O ator relembrou ainda o papel de Alex, em Laços de Família, há 20 anos. “Esta novela me deu mais confiança para encarar os desafios. Laços de Família não foi meu primeiro trabalho em televisão [o primeiro foi Hilda Furacão, em 1998], mas foi a primeira novela em horário nobre.

Em se tratando de uma novela prima, o assédio e o reconhecimento pelo personagem foi algo que eu nunca havia experimentado até então. Foi muito importante poder lidar com esse tipo de realidade, pois assim eu conseguiria enfrentar com mais destreza e segurança os desafios futuros.”

Como foi se ver atuando em três programações na TV: Laços de Família, Tapas e Beijos e Hebe?

Esta é uma das características extremamente positivas e mágicas dessa profissão. Poder registrar o momento de uma atuação que fica preservado para sempre. Ao mesmo tempo em me ajuda a recordar trabalhos que para mim foram importantes para a minha carreira, é interessante também perceber o meu amadurecimento artístico, o que eu pude aprender durante este período. São trabalhos bem distintos, linguagens diferentes: novelas, séries, cinema. Não posso me furtar em dizer o quanto sou agradecido por estas oportunidades e por poder interpretar personagens tão diferentes

Em Tapa e Beijos você fez o dentista PC e tirou boas risadas de que o assistiu. De onde surgiu essa veia para humor?

Adoro humor e quem faz humor. Adoro humoristas. Jô Soares, o grande Chico Anysio, os trapalhões, Monty Python, Jerry Seinfeld, Jerry Lewis, Porta dos Fundos e por aí vai. Com certeza essas pessoas, filmes, séries me influenciaram e me inspiraram. Encontrei em Tapas e Beijos um terreno fértil para poder exercitar humor diante de um elenco esplêndido e de uma direção segura, inspirada e de um texto genial.

Você se considera humorista?

Não sou humorista e não conseguiria fazer um stand up (aliás é uma arte extremamente difícil e admiro muito quem faz). Acho que consigo extrair de um texto engraçado as dinâmicas ou ‘gags’ necessárias para dar se uma boa risada. Os musicais que tenho feito na minha carreira também têm um papel importante no desenvolvimento dessa veia cômica.

É mais fácil fazer um personagem cômico ou um mais sério?

Difícil é fazer os dois muito bem feitos. A peça fundamental, nos dois casos, é a verdade. O público não pode perceber insegurança ou uma construção artificial do personagem se não ele não se envolve seja rindo ou chorando, se emocionando.

O qual sua preferência?

Adoro humor. Me divirto fazendo e assistindo. O que eu posso dizer é que gostaria de fazer um papel dramático e um novo espetáculo musical. Quem sabe no futuro próximo.

Como recebeu o convite para interpretar Silvio Santos?

Eu estava em turnê pelo México do meu DVD que havia gravado lá quando recebi um telefonema, no aeroporto de Guadalajara, do meu amigo e diretor Mauricio Farias. Fiquei extremamente lisonjeado, honrado com convite, pois é alguém que admiro muito e respeito. Entretanto, eu o alertei dizendo que não era um bom imitador de Silvio Santos. Quando ele me informou que queria justamente uma versão realista do mesmo e que havia pensado em mim para o papel, aceitei.

Hebe Camargo era muito autêntica, generosa e talentosa e você a conheceu participou do DVD dela. Como foi para você participar da série sobre a vida dela?

Uma homenagem pura e simplesmente. Tivemos momentos muito bacanas, que foram testemunhados pelo público. Poder participar do DVD dela cantando em dueto El Día Que Me Queiras, sendo a primeira vez que cantei em espanhol, e também tê-la no meu DVD com esta mesma canção, foi especial. Depois a aceitação maravilhosa que recebi no México cantando também em espanhol e agora este filme me faz pensar em como faz bem trabalhar e estar com pessoas positivas que só somam. Ela era uma pessoa autêntica, iluminada, engraçada e participar desse filme foi muito especial, foi um “regalo” incrível.

Qual o momento mais emocionante durante as gravações?

Durante a gravação da cena eu estava diante da Andréia Beltrão e, em determinado momento, não sei explicar, algo no olhar, no trejeito que Andréia fez, deve ter durado 2 segundos, dava impressão de estar diante da própria Hebe. Naquele momento eu vi uma junção perfeita entre técnica, talento e inspiração.

E a parceria com Andrea Beltrão? Como foi repetir a dupla?

Ao mesmo tempo em que ela é séria, concentrada, perfeccionista no que faz, ela é uma pessoa extremamente tranquila e feliz na vida real.

Tem algum projeto de trabalho para o futuro?

Lanço agora meu primeiro single autoral feito a quatro mãos com o excelente músico e compositor Marcel Camargo, que é guitarrista do Michael Bublé. Tenho também um projeto com canções de Natal a ser lançado em dezembro.

Planos para 2021?

Em 2021 a turnê 2020 virá com força total (risos) a começar por um grande show no Auditório Nacional do México (mais de 10 mil lugares). No roteiro 2021 também terá Moscou, Marrakesh e  Brasil.

Fonte:  Quem News/Globo.com