Apple ameaça excluir aplicativos do Google e Facebook da App Store

Apple ameaça excluir aplicativos do Google e Facebook da App Store

Sem citar diretamente as empresas, a Apple ameaçou retirar os aplicativos do Facebook e Google da App Store, caso as companhias não cumpram com o novo padrão de privacidade de Cupertino.

A empresa de Tim Cook modificará sua política de segurança e, a partir de 2021, passará a exibir informações sobre como os dados dos usuários são coletados em cada aplicativo disponível em sua loja.

O alerta foi feito durante a Conferência Europeia de Proteção de Dados e Privacidade, na última terça-feira (8). No evento, o vice-presidente sênior de software da Apple, Craig Federighi, fez comentários incisivos alegando que “algumas empresas de tecnologia” não queriam a implementação do App Tracking Transparency (ATT).

O lançamento do ATT estava previsto para este ano, mas foi adiado após o Facebook atacar publicamente o novo recurso de privacidade da Apple. No entanto, em 2021, a Maçã exigirá que os apps em sua loja deixem claro aos usuários qualquer tipo de coleta de dados — termos que podem não se aplicar na China. Caso contrário, o aplicativo será removido da App Store.

Alfinetadas no Facebook e Google

O executivo também criticou o “complexo industrial de dados”, afirmando que embora o sistema operacional e os aplicativos da Apple tenham sido projetados para assegurar a privacidade do usuário, as versões de “outras empresas” foram programadas para coletar informações.

“Dez anos após a Apple lançar o Facetime, até mesmo as empresas mais ‘famintas por dados’ começaram a construir criptografia em seus produtos de comunicação”, disse Federighi, sugerindo uma adição de criptografia pelo Facebook.

Ele também condenou esforços de “algumas empresas” para rastrear a localização dos usuários — claramente “cutucando” o Google — e disse estar feliz ao ver os concorrentes copiando os trabalhos da Apple.

Ainda segundo o executivo da Apple, a adoção do ATT deve seguir o mesmo sucesso da versão lançada para navegadores, o ITP. Na época, parte da indústria de publicidade afirmou que “sabotaria o modelo econômico da internet”, mas acabaram adaptando-se à medida.

Compensação?

A mudança na política de privacidade da Apple é anunciada um mês após a empresa de Tim Cook ser acusada pela Noyb de utilizar uma ferramenta de rastreamento online nos iPhones sem a autorização de seus clientes.

De acordo com o grupo acusatório, liderado pelo defensor de privacidade Max Schrems, os “Identifier for Advertisers” (IDFA) da Apple permitem que fabricantes de apps e redes de anúncios sigam as atividades do usuário, usando seus dados para direcionamento de produtos.

No entanto, a Apple afirmou não acessar o IDFA dos usuários para “qualquer propósito”, ressaltando seu compromisso com a privacidade de seus usuários.

Fonte: The Register