Análise: em atmosfera incomum e silenciosa, Vasco mostra que pode fazer barulho no tom de Cano

Análise: em atmosfera incomum e silenciosa, Vasco mostra que pode fazer barulho no tom de Cano
Dupla Cano e Vinícius fez barulho em São Januário — Foto: André Durão

É cedo para celebrar grandes evoluções, mas é fato que foi um Vasco diferente neste domingo. Após mais de três meses sem jogos, o time foi bem na estreia de Ramon Menezes. A vitória por 3 a 1 sobre o frágil Macaé pode iludir, mas o torcedor estava carente de boas exibições. Afinal, em 2020 o Vasco estava devendo. E o que se viu em São Januário foi um time mais agressivo, mas equilibrado e, acima de tudo, com uma nova atitude.

Se já era uma das grandes realidades em meio a um Vasco irregular e de muitos tropeços antes da estreia de Ramon, Germán Cano voltou a consolidar o papel de protagonista do time na temporada neste domingo. Bateu bem o pênalti e botou a bola para dentro quando a partida estava indefinida.

Mas Germán Cano em alta não é novidade no "Vasco 2020". "Nova velha" boa notícia foi o entendimento entre Fellipe Bastos, que não jogava desde o fim do ano passado, e Pikachu, um dos protagonistas do elenco e figura bastante apagada no início da temporada.

É importante ressaltar que a superioridade física do Vasco foi gritante, mas as triangulações entre Fellipe Bastos, Pikachu e Vinícius foram o principal caminho para a primeira "tripleta" de Cano.

Fellipe se movimentou bastante, apareceu na frente para finalizar e sempre encontrava o lateral e o ponta que estavam pelo lado direito com passes verticais. Assim nasceram os gols do Vasco.

Com um meio-campo técnico e capaz de manter a posse de bola, o Vasco encurralou o Macaé e definiu a parada na etapa inicial. Foram 11 finalizações contra apenas três do adversário, e um gol sofrido em vacilo de Fernando Miguel.

Além de Cano, destaque absoluto da partida, o ponta Vinícius sobrou. Se não foi perfeito nos cruzamentos, superou o lateral-esquerdo Maranhão em praticamente todos os confrontos individuais e terminou como uma das figuras vascaínas que mais infiltrou na área adversária. Se Cano foi o dono do jogo, Vinícius foi seu sócio.

Benítez não explodiu em seu primeiro jogo como titular do Vasco. Na verdade, foi discreto, mas fez tabela, apresentou-se para bater escanteios e deu bom chute com o pé menos potente, o esquerdo, de fora da área. Parou em boa defesa de Jonathan.

Andrey, o melhor vascaíno em 2020 ao lado de Cano, manteve o nível de atuações que tem apresentado. Bem nos passes, acertou a trave em chute de fora da área e ainda deixou Pikachu livre para marcar. Azar dele que o lateral bateu por cima.

Talles perde uma chance e pouco faz no retorno

Totalmente recuperado de lesão no quinto metatarso do pé esquerdo, Talles Magno não sobressaiu na volta aos gramados.

Até foi esperto em lance no primeiro tempo ao roubar bola com esperteza e completar com bonita chaleira. Mas ainda não reeditou as atuações de 2020.

Recebeu grande lançamento de Germán Cano, o defensor vacilou, mas Talles não conseguiu manter-se equilibrado para finalizar da melhor maneira possível. Ramon optou por poupá-lo no início da etapa final.

Resumo da volta:

Muito acima fisicamente, o Vasco não sofreu em nenhum momento da partida. A zaga, formada por Leandro Castan e Ricardo Graça, não foi exigida. Ainda mais com o apoio defensivo de Henrique.

O meio foi todo do Vasco. Após as substituições, mesmo sem se destacar, os reservas Bruno César, Marcos Júnior e Lucas Santos levaram a melhor contra seus rivais.

Fonte: Fred Gomes e Marcelo Baltar/Globoesporte.com