Sem assistência médica do IPES, paciente com câncer corre riscos de saúde

A família de uma paciente idosa com câncer na mama, pulmão e ossos, está sofrendo sem assistência médica domiciliar que, conforme alega,  deveria estar sendo prestada pelo Ipes Saúde. Com a saúde debilitada, a senhora Vera Lúcia Araújo, de 68 anos, não deve estar em ambiente hospitalar, diante do risco de contrair covid-19 e ter o quadro piorado. Portanto, o serviço de home care é essencial para a manutenção da vida dela, mas, infelizmente, não está ocorrendo.

De acordo com a filha da paciente, Wilma Araújo, ela e os irmãos estão se desdobrando para fazer o que podem de modo a garantir uma boa qualidade de vida à mãe. “Nós mesmos estamos fazendo a fisioterapia dela, com o que a gente sabe. Mas ela está totalmente inchada, precisando de uma drenagem, e não estamos tendo nenhuma assistência médica. Minha mãe é servidora pública, serviu a vida toda, e agora que precisa do plano de saúde dela, não está tendo”, ressalta.

Vera Lúcia estava recebendo o atendimento médico domiciliar desde dezembro de 2020, pela empresa Constat Home Care. No dia 16 de junho ela precisou ser levada ao hospital e foi quando teve o serviço domiciliar suspenso. 

“A empresa, que sempre nos atendeu muito bem, disse que quando um paciente dá entrada em unidade hospitalar para ser internado, automaticamente o serviço é suspenso, e é como se ela tivesse tido alta. Mas, ela não teve alta médica. E só soubemos que o serviço tinha sido suspenso porque o médico da empresa nos informou, porque ninguém do Ipes ou do hospital avisou nada”, conta a filha da paciente, Viviane Araújo. 

Em nota, a Constat informa que “mesmo o paciente sob os cuidados da empresa, ao ser hospitalizado o serviço domiciliar não é mais prestado, de modo que é necessário uma nova captação a pedido do plano, devido a uma possível mudança do quadro clínico. Informamos também que diante do nível de solicitações de novos pacientes, a Constat precisa respeitar a dinâmica e fluxos para manter a qualidade no cuidado”, disse a Comunicação da empresa. 

No entanto, as filhas da paciente informaram que mesmo entrando em contato com o Ipes Saúde para solicitar a retomada da assistência, até agora não foi possível. Inclusive, elas já estiveram pessoalmente em uma das tentativas mas, mesmo assim, não conseguiram ser atendidas pelo setor administrativo. 

“No dia 30, por telefone, recebi a informação do Ipes de que deveria fazer um e-mail solicitando o retorno. Isso foi feito no mesmo dia, mas não me deram retorno. Fui até a empresa, que me recebeu muito bem, e lá me disseram que já tinham recebido a solicitação, mas que foi enviado um orçamento do serviço que seria prestado, para que o Ipes autorizasse, e não tiveram retorno. Eu percebi que está havendo um jogo de empurra. Enquanto isso, minha mãe está acamada, sem assistência, e nós estamos preocupados”, disse Viviane. 

Procurada por F5 News, a Assessoria de Comunicação do Ipes respondeu apenas que “o contrato com a empresa Constat Home Care permanece vigente, porém a prestação do serviço de novos pacientes para o Programa de Atendimento Domiciliar não acontece de forma imediata, precisando passar por uma avaliação”. 

A paciente Vera Lúcia saiu do hospital no dia 22 de junho, e mesmo após cerca de 17 dias de espera, o serviço ainda não foi restabelecido. “Antes da internação minha mãe estava andando, conversando normal, estava independente. Quando voltou do hospital, ela já estava precisando de oxigênio. E a gente tinha aqui para oferecer por conta do atendimento da Constat. Agora ela está ansiosa, perguntando pelo médico e percebendo que tem alguma coisa acontecendo”, relata a filha Viviane. 

Fonte: F5News