Regra do impedimento vai mudar para beneficiar atacantes. Checamos

Regra do impedimento vai mudar para beneficiar atacantes. Checamos
Anderson Daronco marca impedimento em lance de Fluminense e Paysandu, pela Copa do Brasil — Foto: Alexandre Durão

O ex-árbitro Renato Marsiglia afirmou nesta semana, em entrevista ao Uol, que a Fifa está testando uma nova regra de impedimento. Algo que, segundo ele, faria com que 99% dos gols que hoje são anulados por posição ilegal fossem validados.

Segundo o ge apurou com fontes da Fifa, os testes estão sendo conduzidos em campeonatos de categorias de base de três países: Suécia, Itália e Holanda. O que não significa, porém, que uma mudança na regras esteja próxima. Trata-se apenas de um primeiro passo num longo caminho até que uma mudança tão grande seja transformada em realidade.

Como funcionaria a nova regra?

Pela regra do impedimento atual, basta que apenas uma parte do corpo do atacante esteja à frente do (penúltimo) defensor para se configurar o impedimento. Foi o que aconteceu, por exemplo, no jogo entre Peru e Brasil, pelas Eliminatórias, quando Richarlison teve seu gol anulado.

A nova regra testada pela Fifa, uma ideia do chefe de desenvolvimento global de futebol, Arsene Wenger, é só marcar o impedimento quando o atacante estiver completamente à frente do defensor. Se alguma parte do corpo do atacante estiver na mesma linha, então a decisão seria validar o lance.

A autorização para a Fifa conduzir esses testes foi dada pela IFAB (International Board, a entidade que cuida das regras do jogo) ainda antes da pandemia, em 2019. Mas os estragos causados pela Covid-19 impediram e adiaram os testes, que finalmente começaram no segundo semestre deste ano.

Ainda não há uma previsão de quando (nem se) tal ideia vai sair do campo dos testes. É possível que a ideia seja abandonada, como já aconteceu com outras.

Uma mudança tão importante, numa regra tão determinante no jogo, é considerado algo delicado demais. Toda a comunidade do futebol precisaria ser convencida e ensinada sobre a alteração na regra, por isso a Fifa entende que não se trata de uma situação para o curto prazo.

Sandro Orlandelli, atual membro da UEFA Academy e especialista na identificação de talentos pela FA, a Federação Inglesa de futebol, foi scout de equipes importantes da Europa, como o Arsenal. E no time inglês, esteve com Arsene Wenger por mais de 10 anos e cita o lado estudioso do profissional como uma das premissas de seu trabalho.

- Eu trabalhei por mais de 10 anos com Arsene Wenger, no Arsenal, e eu tenho como convicção e certeza que tudo que ele faz é muito bem pensado, tudo que ele coloca como uma ideia é porque foi muito planejado, e é difícil ter alguma questão que não faça sentido quando ele sugere algo assim. Vindo dele, e o conhecendo bem como eu conheço, foi muito bem estudado a forma dele sugerir isso - disse.

Assim como a maioria dos gestores envolvidos com futebol, Orlandelli elogia uma eventual mudança de regra.

- Eu apoio muito a ideia porque vai facilitar muito mais essa interpretação que está causando agora um desfavorecimento da qualidade do jogo. Uma vez instituída esse tipo de regra, que é o corpo inteiro, eu acho que facilita muito mais a leitura e não vai ter essa demora de VAR, não vai ter essa dúvida com o corpo inteiro - complementou.

Fonte: Globoesporte.com