Realme GT 2 Pro: desafiando concorrentes topo de linha com força | Review

Realme GT 2 Pro: desafiando concorrentes topo de linha com força | Review

A Realme pode não ser a primeira empresa que você lembra quando busca smartphones dos mais potentes e caros, seja pelo pouco tempo de marca aqui no Brasil, ou mesmo por conta de não existirem flagships do nome asiático, ao menos até agora. No primeiro semestre de 2022 ela mostrou ao mundo o Realme GT 2 Pro.

O aparelho segue a mesma premissa de outros da marca, onde cortes são feitos em diversas partes para deixar o smartphone menos caro que a concorrência. Por aqui alguns números impressionam como a tela de 120Hz com atualização adaptativa, três câmeras traseiras, sendo uma delas com modo microscópio, indo até mesmo pro chip Snapdragon 8 Gen 1 e memória UFS 3.1.

É claro que nem tudo brilha tanto assim e existem pontos negativos também. Bom, eu sou André Fogaça e passei as últimas semanas com o Realme GT 2 Pro no bolso pela cidade, para te contar se vale a pena investir seu rico dinheiro nesse celular.

Design e tela

Se nos outros lançamentos recentes a Realme foi mais cautelosa no visual dos aparelhos, justamente para deixar o celular em um patamar de preço mais agressivo, no GT 2 Pro a situação muda um pouco. Por aqui a traseira do modelo tem acabamento de polímero que faz de tudo para imitar a sensação de toque do papel.

Eu perguntei para algumas pessoas qual era a sensação delas e a pergunta imediata sempre foi: se molhar, estraga? A resposta é sim, mas não exatamente por conta dessa traseira. Ela é confortável ao toque e me lembra bem a sensação no papiro, mas a Realme tem tanto orgulho do visual, que deixou a assinatura do designer responsável pelo projeto, Naoto Fukasawa, encravada tanto no aparelho, quanto na capinha que vem com ele.

O que estraga aqui é a falta de proteção contra água e poeira. Não existe nenhum IP67 ou 68 no aparelho. Eu tenho certeza que está presente alguma forma de impedir a entrada de água, pois uma borracha amarela foi instalada na gaveta do chip da operadora, mas não conte com isso como garantia. A regra é: molhou, pode estragar…então evite.


Voltando para o design, o aparelho é leve e confortável nas mãos. É realmente um conjunto de peso menor, acabamento macio e bordas mais arredondadas. Na traseira, junto da assinatura bem chamativa, ficam as três câmeras, mas o primeiro ponto que realmente chama atenção é a tela.

Ela tem 6,7 polegadas e vem em painel AMOLED com tecnologia LTPO 2.0. A resolução é de 3.216 x 1.440 pixels, mas pode ser e já vem configurada para Full HD+. A segunda opção ajuda na economia de energia, junto da atualização de 120Hz, que pode baixar bastante para também consumir menos carga.

A reprodução de cores está dentro do esperado para um painel com diodos orgânicos, junto do ângulo de visão mais generoso. Eu não notei aberrações cromáticas e o brilho é forte o suficiente para todas as situações, batendo em pico de 1.400 nits. Mesmo sem proteção contra água e poeira, o vidro é feito em Gorilla Glass Victus, o que dá alguma segurança extra ao aparelho.

O som é bom. Não chega a ser tão impressionante quanto passa a sensação ao saber que ele tem assinatura Dolby Atmos, mas saiba que mesmo no volume máximo o áudio não é reproduzido com distorções.

Hardware e software

Por dentro, o Realme GT 2 Pro vem com o melhor que um smartphone Android pode ter, ao menos até a Qualcomm lançar a próxima geração de chips em dezembro. Isso significa um Snapdragon 8 Gen 1, junto de 12 GB de RAM e memória interna marcada em 256 GB, no padrão UFS 3.1.

Não existiu aplicativo disponível na Play Store que não abrisse de forma instantânea no celular. Isso vale para jogos e enquanto ainda não temos o Apex Legends rodando em dispositivos móveis, saiba que Call of Duty Mobile rodou com tranquilidade e o mesmo se aplica ao Asphalt 9, indo também para o pesado e complexo Genshin Impact.

No lado do software, a Realme tem uma interface própria chamada Realme UI. Ela me lembra um misto de visuais que já vi em alguns aparelhos chineses, como os da Oppo. Isso significa a frente com visual mais limpo de Android puro, enquanto em outras partes ele modifica pontos específicos, como o menu de ajustes e o formato de ícones.

No geral é uma interface que me agrada bastante e ela já chega completa de recursos extras importantes pro usuário. No lado de atualizações a Realme estava longe de ser referência no mercado, mas veio resolvendo alguns problemas e hoje está melhor que a Motorola, por exemplo. Isso significa ao menos três versões novas de Android, então ele parte do 12 e vai até o 15.

Em proteções, a promessa da Realme é de quatro anos com patches chegando. Ela não diz qual é o tempo entre um update e outro, mas ao menos garante manter o usuário seguro até 2026 e isso é bem importante. Pensando justamente na longevidade do sistema, a RAM virtual pode ser interessante nesse período, mas eu acredito que a quantidade de 12 GB já resolve bem esse ponto.

Outro ponto que me deixou feliz é que a Realme vem corrigindo erros de tradução, eliminando termos em português de portugal em muitos pontos, mas eu consegui encontrar um “ecrã” dentro da área de controle pra jogos. De qualquer forma, a situação já foi muito pior em lançamentos anteriores, levando esse termo até mesmo para dentro do menu de ajustes, junto de contactos. Parabéns Realme.

Câmeras

Olhando agora pras câmeras, o usuário encontra dois grandes sensores com 50 megapixels e um bem menor, logo no meio e envolto por dois LEDs. Este faz macro, mas eu explico melhor depois.
Eu senti falta de uma lente teleobjetiva, mas a resolução enorme de 50 megapixels tira proveito do próprio número para cortar e aproximar sem perder muitos detalhes. Falando em aproximar, o GT 2 Pro tem uma lente para microscópio e ela faz imagens curiosas. Como o celular precisa ficar quase colado no objeto, os LEDs iluminam a sombra do próprio aparelho e…é, são 3 megapixels, que é melhor que 2 megapixels daqueles macros horríveis.

Aqui a dificuldade não está exatamente nos detalhes, que são bem bons, mas sim em não tremer a mão e assim conseguir bom foco. Para vídeos, dá para filmar em até 4K com 60 quadros por segundo e os resultados são bons até de noite, melhor que o Galaxy S22 nisso hein.

Bateria

Alimentando tudo isso, uma bateria de 5.000 mAh está presente e ela segura bem um dia inteiro de uso. Se você não jogar muito, nem tirar dezenas de fotos numa tarde, aguenta até parte do segundo dia. Além da certificação IP67 ou 68, o carregamento sem fio também aparece nos cortes para o preço mais agressivo.

Este é um ponto negativo menor, mas todos os concorrentes oferecem…enfim, ao menos o Realme GT 2 Pro compensa essa falha com um carregador incluso na embalagem, algo que nenhum concorrente tem. Indo além, esse adaptador de tomada tem 65 watts e essa quantidade de energia recarrega 100% da carga em pouco mais de meia hora.

É voltar do trabalho, colocar o celular na tomada, tomar um café, um banho, escolher a melhor roupa e sair para o bar com a bateria completamente carregada mais uma vez. Impressionante.

Realme GT 2 Pro: vale a pena?

Sim, bastante. A Realme vem fazendo aquele caminho já conhecido de outras empresas chinesas, que envolve entregar o máximo do desempenho com um chip recente e poderoso, boas câmeras para praticamente todas as situações e acabamento bonito, mas com alguns cortes para que o GT 2 Pro custe menos que a concorrência.

Faz sentido e a Realme vem dando solução até mesmo a um problema comum destas marcas, que é o software. A cada lançamento eu vejo as correções de tradução sendo entregues e a empresa até promete mais anos de atualização, deixando a Motorola no chinelo.

Pensando na maior parte dos usuários, que até encontram valores elevados em lançamentos na categoria de intermediários potentes, o Realme GT 2 Pro faz sentido para essa pessoa, além de quem pensa em levar um topo de linha do ano passado.


Fonte:André Fogaça/Olhar Digital