Primeiro mestre acredita que Aldo deveria parar, mas diz: "Nenhum resultado negativo apaga história"

Primeiro mestre acredita que Aldo deveria parar, mas diz:
Foto: Jeff Botari/Zuffa LLC/Getty

José Aldo sofreu mais um revés neste sábado. Dessa vez o amazonense foi superado pelo russo Petr Yan, ao ser nocauteado aos 3m24s do quinto round após uma série de golpes duros no chão. Com o revés, o lutador amazonense deixou escapar o cinturão do peso-galo, que estava vaga.

Para o primeiro treinador de Aldo, Márcio Pontes, o amazonense, apesar do revés não precisa provar mais nada para ninguém e tem uma história vencedora no UFC. Na opinião do mestre, o lutador já poderia se aposentar dos octógonos.

"Eu acredito que ele já mostrou o que tinha para mostrar, já provou, já foi campeão dominante durante anos. Eu acredito que ele faça mais uma ou duas lutas e depois pare. Para mim já poderia até parar agora. Minha opinião. Mas só ele pode saber como o seu corpo aguenta e eu estou com ele para qualquer eventualidade", Márcio Pontes, primeiro treinador de José Aldo.
- Independentemente do resultado, do revés ou não, assim como eu, boa parte dos amazonenses e brasileiros têm o Aldo como um ídolo, uma inspiração, uma referência. E que nenhum resultado negativo apaga a história de superação e conquistas. A gente é Aldo sempre - completou.

Márcio Pontes acredita que o fato de Petr Yan ter treinado com Aldo fez com que a equipe do russo estudasse bastante e montasse uma estratégia de luta, que bloqueou. Mas, apesar disso, o treinador acredita que o amazonense fez uma excelente luta.

- Vi que a apresentação dele foi excelente. Muito boa mesmo. Pegou um garoto muito mais jovem do que ele e vinha em ascensão. Eu acho que o cara que faz uma luta de cinco rounds, bem, onde teve dois rounds muito bem, poderia ter noucateado no segundo round. Foi para o terceiro naturalmente mais cansado, porque buscou muito a luta. Bateu. E aquela coisa: bater cansa - explicou.

Estratégia de luta

O treinador acredita que a estratégia de luta de Aldo, com chutes foi certa. Mas o adversário estava em um bom nível e soube, no momento certo, bloquear a estratégia de Aldo. Márcio explica que o amazonense explorou

- Tanto os chutes por fora quanto por dentro, os chutes na costela. Esse era o caminho. Mas tínhamos um oponente muito inteligente, um garoto tarimbado, de uma escola muito grande de muay thai, que é a Tiger. Pra quem entende um pouco de luta vai ver que quando ele trocou a base começou a fazer o bloqueio dos chutes. E quando você bloqueia e joga a ponta do joelho para fora, machuca muito. E uma das vezes o Aldo chutou e pegou meio que o pé. Aí ele meio que parou de chutar, porque sabia que o oponente já tinha marcado o jogo. Acho que não era para acontecer.

Pior momento de Aldo na luta

Márcio Pontes exaltou a maneira como o amazonense se comportou ao descer de categoria, da 66kg para 61kg. Segundo ele, muito bem, forte e com velocidade. Ou seja, com todos as qualidades para vencer o combate.

"Acho que o pior momento do Aldo foi quando ele derrubou. Foi nas pernas, tentou derrubar e ficou por baixo. Eu acho que aquele foi o pior momento. Porque se o Aldo fica por cima, poderíamos ter um resultado diferente. Porque o Aldo por cima ele é muito forte, muito duro. Ele acabou caindo por baixo, infelizmente", Márcio Pontes.

- Mas enfim. Eu acho que o caminho poderia ter sido mesmo os chutes. E o Aldo boxeou muito bem, jogou excelentes golpes na linha de cintura. Se fosse um comum ou menos tarimbado com certeza teria sentado ali. Mas o Petr segurou, aguentou e foi até o final. E ele vai crescendo conforme os rounds. Enfim, não foi dessa vez - finalizou.

Fonte: Silvio Lima/Globoesporte.com