Prefeitura de Aracaju intensifica ações de combate ao Aedes aegypti

Prefeitura de Aracaju intensifica ações de combate ao Aedes aegypti

Com o índice de chuvas acima da média histórica na capital sergipana, a Prefeitura de Aracaju redobrou o trabalho de prevenção às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, o qual requer a colaboração de toda a população aracajuana. Nos seis primeiros meses deste ano, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) confirmou 318 casos de dengue, 229 de chikungunya e 5 de zika vírus.

De acordo com o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), divulgado pela SMS no início do mês de junho, a capital apresenta 28 bairros com risco médio de infestação pelo mosquito. O índice passou de 2,2 na primeira avaliação do ano, feita em março, para 2,3. “Apesar de um aumento de 4,5% no índice do LIRAa, a situação está sob controle”, informa a secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza.

Mesmo que, no momento, o índice não seja preocupante, a Prefeitura chama a atenção para o fato de que mais de 50% dos criadouros do mosquitos estão em depósitos domiciliares, como vasos, pratos de plantas, ralos, lajes, sanitários, o que reforça a necessidade de colaboração da população para a devida eliminação de possíveis focos do mosquito.

“Essa colaboração da população visa garantir que o índice se mantenha na margem de segurança, evitando surtos e até mesmo epidemias das doenças transmitidas pelo Aedes. A Prefeitura está fazendo a sua parte, mas precisamos do apoio de toda a população, pois a maior parte dos criadouros do mosquito está nas residências”, detalha Waneska.

Trabalho integrado

Além dos levantamentos periódicos do LIRAa, que garantem um acompanhamento preciso dos riscos relacionados à infestação do Aedes, a Prefeitura atua diariamente no combate ao mosquito, com equipes de agentes de endemias vistoriando e eliminando focos nas residências e orientando a população.

O serviço regular de limpeza urbana e o combate aos locais de descarte irregular de lixo, feitos pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), também são fundamentais para evitar que o mosquito se reproduza. Somente neste ano, foram recolhidos mais de 2.600 pneus, que são potenciais criadouros do Aedes. A Emsurb mantém, ainda, o serviço do Cata-Treco, que recolhe móveis velhos e outros resíduos nas residências.

Aos sábados, a Prefeitura realiza mutirões de limpeza nos bairros, para reforçar serviços cotidianos, como de recolhimento do lixo descartado de forma irregular, capinação e limpeza de praças e terrenos baldios. A ação é feita de forma coordenada pela SMS, Emsurb e pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema).

Nas localidades com maior risco de infestação pelo mosquito, a Prefeitura realiza ações diretas com a aplicação de inseticida com as equipes do fumacê costal, que garantem o controle direto do Aedes.

Atendimento à população

Além de atuar com ações preventivas realizadas de maneira intersetorial, a Prefeitura de Aracaju garante às pessoas com sintomas de dengue, zika ou chikungunya acesso a atendimento médico em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade, as quais estão munidas com testes para detecção das doenças, assistência médica e entrega de medicamentos.

É importante que a população esteja atenta aos sintomas das doenças provocadas pelo mosquito, para que possa buscar atendimento médico. A dengue clássica apresenta como principais sintomas febre alta, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações. A chikungunya, por sua vez, tem sintomas parecidos com os da dengue, porém com dores mais intensas nas articulações. Já a zika tem como sintomas característicos as manchas vermelhas no corpo, coceira, febre baixa e dor de cabeça.

O gerente do Programa Municipal de Combate ao Aedes aegypti, Jeferson Santana, orienta que a população deve buscar atendimento médico logo nos primeiros sintomas.

“A testagem para o exame sorológico é feita a partir do sétimo dia de sintoma, mas isso não impede a pessoa de ser atendida na unidade antes desse prazo”, ressalta Jeferson.

Após a coleta, o material é enviado para o Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen), e o resultado é entregue, em média, no prazo de uma semana.

Todas as UBSs da capital estão habilitadas para tratar os casos mais leves; já os quadros mais graves devem ser encaminhados para as urgências municipais dos hospitais Fernando Franco e Nestor Piva.

Monitoramento

Para garantir a transparência e facilitar a tomada de decisão, a Prefeitura disponibiliza os dados relacionados às doenças transmitidas pelo Aedes em um painel de monitoramento das arboviroses (https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiZGJlZTg0YmUtYzQzOC00MmI0LTk0MGQtMTMyMzA5NDY5NDYyIiwidCI6IjkzZGYxYmU2LTMyYjgtNGQyOS04MmI4LTRlMjgxZmEyM2M1NiJ9&pageName=ReportSection), onde é possível acessar dados como números de casos, bairros com maior incidência, a série histórica do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), mapa de visitas domiciliares e do fumacê.

“Com essa análise prévia, podemos atuar de forma antecipada, a fim de evitar uma epidemia de doenças transmitidas pelo Aedes. De forma transparente e com apenas um clique, a população também tem acesso a esses dados e pode avaliar de maneira mais concreta o cenário epidemiológico do mosquito em nossa cidade, o que ajuda na conscientização”, ressalta Jeferson.

O que fazer

Para evitar os riscos de infecção, é fundamental a participação da comunidade e, para isso, vale destacar algumas ações que a população deve realizar, pelo menos uma vez por semana, para impedir a proliferação do mosquito:

Verificar se a caixa d’água está bem tampada; deixar as lixeiras bem tampadas; colocar areia nos pratos de plantas; recolher o lixo do quintal; limpar as calhas; cobrir piscinas; colocar telas finas nos ralos e baixar as tampas dos vasos sanitários; limpar a bandeja externa da geladeira; limpar e guardar as vasilhas dos bichos de estimação; limpar a bandeja coletora de água do ar-condicionado; cobrir bem todos os reservatórios de água.

Durante o período de chuva, é normal o acúmulo de água em calhas, lages, pneus, vasos de plantas e objetos desprotegidos em sacadas, áreas de circulação, jardins ou quintais – e, caso não haja uma limpeza, eles se tornam criadouros de mosquitos.

Os ovos do mosquito podem hibernar por anos, até encontrar condições ideais para se desenvolver, preferindo o período de calor e umidade para isso. O mosquito Aedes Aegypti vive até 35 dias e, ao longo de sua vida, normalmente não percorre mais de 600 metros, por isso é importante manter os ambientes sempre limpos, higienizados e nunca deixar água parada por muito tempo.

Fonte: Infonet