Polícia prende namorado por suspeita de violência doméstica e investiga se ele matou a mulher, em Anápolis
A Polícia Civil prendeu um homem por suspeita de violência doméstica e investiga se ele matou a companheira, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Samantha de Medeiros Marques dos Santos, de 30 anos, foi encontrada morta com uma corda amarrada ao pescoço, como se tivesse se matado, segundo a corporação. O laudo de exame cadavérico apontou que a vítima tinha escoriações e hematomas pelo corpo e concluiu que ela sofreu agressão física recente, ou seja, antes de morrer.
O G1 não conseguiu localizar a defesa do investigado até a última atualização desta reportagem. Em depoimento, segundo o delegado Luiz Carlos da Cruz, o suspeito admitiu que agrediu a companheira, mas negou que tenha a matado.
O homem foi preso em flagrante no último dia 3 de maio, mesma data que a mulher foi encontrada morta. Em um documento do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que chegou a pedir a prisão preventiva do suspeito, o promotor Eliseu Antônio da Silva Belo, da 6ª Promotoria de Justiça da Comarca de Anápolis, narra o que foi apurado do caso para sustentar a necessidade de que o suspeito continue preso.
Segundo ele, apesar de a vítima ter sido encontrada com uma corda pendurada em volta do pescoço, as circunstâncias, como as imagens do caso e declarações dadas pela testemunha que encontrou o corpo, excluem a possibilidade de suicídio.
“Os pés da vítima estavam plantados ao chão, não existindo banco ou mureta atrás do seu corpo, para que ela pudesse ter subido, nem seu corpo estava suspenso demonstrando enforcamento pela ação da gravidade”, escreveu o promotor.
No entanto, segundo o delegado responsável pelo caso, mesmo com as fotos e o relato de testemunhas, ainda não há elementos suficientes que comprovem que a morte da vítima foi causada pelo companheiro. Com isso, as investigações, de acordo com ele, estão em andamento com o objetivo de apurar realmente o que aconteceu naquele dia.
“Ainda não temos convicção de nada. Há vários indícios a serem apurados. Sabemos que houve agressão na véspera do óbito, mas não podemos afirmar ainda que ele a matou ou que ela tirou a própria vida. Ele foi autuado em flagrante pela violência doméstica e continua preso por essa suspeita”, afirmou.
O caso
Conforme os autos do processo, no dia 2 de maio, por volta das 18h, uma equipe da Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência de violência doméstica no Setor Vila Isabel, em Anápolis. A testemunha, de acordo com o documento, contou que sua vizinha estava sendo agredida pelo companheiro e que estava ouvindo gritos e sons de objetos sendo quebrados.
Diante das informações, a equipe se deslocou até o local informado, mas não encontrou o casal, segundo o documento. Sendo assim, os militares repassaram o caso à equipe de patrulha Maria da Penha, que durante diligências no dia 3 de maio, recebeu a informação que a mulher teria sido encontrada morta.
A polícia informou ainda que ao chegar no local, o homem já havia deixado a casa levando seus pertences. Com a suspeita de que ele havia fugido, os policiais fizeram buscas pela região e o encontraram na BR-153, sentido a Santa Isabel, norte de Goiás. Na ocasião, o homem foi preso e encaminhado à Central de Flagrantes, onde foi autuado por violência doméstica.
Relacionamento conturbado
Conforme os autos do processo, no dia que a mulher foi encontrada morta, policiais militares conseguiram apurar que ela já tinha uma medida protetiva contra o companheiro. Ainda segundo o documento, vizinhos informaram à polícia que o investigado agredia a vítima frequentemente, tendo eles já acionado a corporação no dia anterior à morte.
Ao G1, a irmã da vítima contou que Samantha e o namorado chegaram a morar juntos por dois anos, mas acabaram se separando por conta de brigas, e que, no dia que a vítima morreu, eles tinham tentado uma reconciliação.
“Ela já tinha largado dele, mas acabou voltando atrás. Já sabíamos que eles tinham uma relação bastante complicada, de idas e vindas, mas temos certeza que minha irmã não tirou a própria vida. Ela tinha três filhos e não iria fazer isso”, afirmou Viviane Medeiros.
Fonte: Millena Barbosa, G1 GO