Paralisação de três dias marca protesto dos professores em Sergipe

Paralisação de três dias marca protesto dos professores em Sergipe
Paralisação de três dias marca protesto dos professores em Sergipe (Fotos: Sintese)

Em prol de direitos trabalhistas, os professores da rede estadual de ensino de Sergipe iniciam nesta terça-feira, 15, uma paralisação de três dias da categoria. O primeiro ato foi uma manifestação no calçadão do centro de Aracaju. A ação é organizada pelo Sindicato dos Professores (Sintese) em protesto contra o que avalia como “destruição da remuneração” dos docentes por parte do Governo de Sergipe. A mobilização da categoria segue até quinta-feira, 17.

No entendimento do Sintese, a administração estadual quer retirar alguns direitos da categoria, a exemplo do triênio, além de “mutilar” a Gratificação de Atividade em Tempo Integral (GATI), o que representaria o fim da possibilidade de um processo de valorização de professoras e professores, na avaliação do sindicato.

“A situação é extremamente grave e temerária, por isso, cobramos que o Governo do Estado venha a público ao longo destes três dias de paralisação e se comprometa a não destruir os nossos direitos e nossa remuneração, além de reabrir o canal efetivo de negociação com o Sintese para tratarmos das demais pautas de luta”, destacou o sindicato.

O presidente do Sintese, Roberto Silva, informou que ainda espera que o Governo de Sergipe venha a público e se comprometa a não acabar, de uma vez por todas, como os direitos da categoria.

“Chegamos a fazer uma caminhada [na semana passada] caminhada até a Assembleia Legislativa [Alese] para entregar um documento aos deputados cobrando que não comunguem com a destruição do direito dos professores e seguimos e até o Tribunal de Justiça de Sergipe, onde solicitamos dos desembargadores que haja uma mediação de conflito, porque ao invés de propor o descongelamento, de melhorar a vida e assegurar a nossa remuneração da forma que a lei preconiza, o Governo do Estado quer simplesmente extinguir os nossos direitos. É inaceitável”, reafirma.

Ainda segundo o Sintese, caso o Governo de Sergipe não abra um canal de diálogo até quinta, 17, a categoria irá se reunir novamente em assembleia com grande possibilidade de um indicativo de greve por tempo indeterminado.

O que diz a Seduc

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) diz mais uma vez lamentar o posicionamento do Sintese ao realizar uma nova paralisação na rede estadual por três dias, especialmente no período em que os estudantes estão em final de ano letivo e nos momentos que antecedem ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “A última reunião com a diretoria do sindicato ocorreu no dia 23 de setembro, amplamente divulgada, onde foi reaberta a agenda de diálogos com a categoria neste semestre. Na ocasião, foi marcado um novo encontro para a segunda quinzena de outubro, quando a Seduc e o Sintese debaterão sobre os estudos para o concurso do magistério”, destacou.

Ainda segundo a Seduc, a rede estadual de educação seguirá com todas as escolas abertas, em funcionamento e com aulas normais, respeitando alunos, pais, equipes e comunidade escolar. “As gestões escolares, professores, merendeiras, vigilantes e os estudantes monitores garantirão o acolhimento, a alimentação escolar, o transporte e a segurança de todos os alunos de educação na capital e em todos os municípios, de forma a não causar transtornos”, informou.

O comunicado da Seduc também destaca que algumas reivindicações da categoria já foram atendidas. “O acordo construído em conjunto com o Sintese durante todo ano de 2023 e implementado em 2024 tem sido rigorosamente cumprido. Em janeiro de 2024 foi iniciada a retomada da carreira do magistério, após 16 anos congelada, e será concluída em janeiro de 2025. Com a nova remuneração e o avanço na retomada da carreira, o investimento custará aos cofres públicos um montante R$ 240.360.109,15, sendo R$ 166.904.445,97 no exercício financeiro de 2024 e de R$ 73.455.663,18 para 2025”, informa.

A Seduc destacou ainda que Sergipe paga professores da rede pública estadual acima do piso nacional, que é de R$ 4.580,57, definido pelo Ministério da Educação e da Cultura, de acordo com a Portaria nº 61, de 31 de janeiro de 2024. “Em Sergipe, no ano de 2024, professor em início de carreira na rede pública estadual tem salário base R$ 5.634,85 (R$ 4.902,28 + R$ 732,57). Já um professor regular com dois vínculos o salário passou para o total de R$ 11.269,70 (R$ 4.902,28 + R$ 732,57, de cada vínculo). O professor em tempo integral recebe R$ 8.521,00 (R$ 4.902,28 + R$ 732,57 + R$ 2.886,15)”, detalhou. 

Fonte: Infonet