Homem apontado como chefe da milícia em Itaguaí está entre os mortos em tiroteio
O homem apontado pela polícia como o chefe da milícia em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, está entre os mortos em um tiroteio entre suspeitos e policiais na Rodovia Rio-Santos na noite da última quinta-feira (15). Carlos Eduardo Benevides Gomes, o Cabo Benê, era um dos homens mais procurados do Estado do Rio de Janeiro.
Um confronto entre policiais e milicianos deixou 12 mortos na região da Rodovia Rio-Santos, em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, na noite de quinta-feira (15).
Cabo Benê era ligado ao grupo de Wellington da Silva Braga, o Ecko. Considerado pelos investigadores como extremamente violento, ele era policial militar e foi expulso da corporação em 2008, após operação da Polícia Civil contra a milícia de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.
A milícia que era comandada por ele, segundo a polícia, comete homicídios e pratica extorsão contra empresários, explora o transporte alternativo e a venda de gás e impõe a cobrança de taxas sob ameaças a moradores e comerciantes.
Confronto
Os mortos estavam em um comboio formado por quatro carros e foram interceptados por uma força-tarefa da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A polícia informou que os milicianos iniciaram um tiroteio assim que foram interceptados. Segundo os agentes, os criminosos atiraram primeiro.
Um policial ficou ferido no confronto, mas não foi ferido com gravidade pois foi protegido pelo colete à prova de balas.
Na manhã desta sexta (16), ainda era possível ver no local do confronto cápsulas de fuzil e de pistola, além de marcas de sangue.
De acordo com delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, o comboio era formado por milicianos ligados a Danilo Dias Lima, o Tandera.
"Inicialmente, nós paramos um carro no início da via secundária, e um outro carro fechou a parte traseira. Do primeiro veículo desceu um criminoso que já saiu disparando e atingiu um policial no peito, só que, com o colete à prova de balas, ele foi protegido pelo colete. A partir daí começou o confronto", explicou o delegado Rodrigo Oliveira.
Com o bando, a polícia encontrou oito fuzis, pistolas, metralhadoras, farta munição e granadas. Além disso, os veículos usados no comboio eram roubados ou clonados. Uma perícia foi feita durante a madrugada no local.
Eles vinham sendo monitorados há cerca de 15 dias pelo serviço de inteligência da força-tarefa, que apurou a frequente movimentação de criminosos em uma rota que liga a Zona Oeste à Baixada Fluminense, para onde o grupo tenta expandir suas atividades.
Força-tarefa mira milicianos
Após a morte de dois candidatos a vereador na Baixada Fluminense, a Polícia Civil criou uma força-tarefa para garantir a segurança das eleições e o direito ao voto. Os crimes ocorreram num intervalo de 11 dias.
Mauro Miranda da Rocha (PTN) foi assassinado em 1º de outubro numa padaria do município, ao lado de dois amigos, que foram atingidos e sobreviveram. No sábado (10), Domingos Barbosa Cabral, o Domingão (DEM), também foi morto a tiros.
Ambos foram executados com vários disparos e já tinham passagens pela polícia. Há três meses, Domingão foi preso em flagrante numa operação contra a milícia. Mauro havia sido detido em 2015, por porte ilegal de arma.
Fonte: Henrique Coelho, G1 Rio