Especialista desaprova retorno das academias e alerta grupo de risco
A partir desta sexta-feira, 28, as academias em todo o estado já poderão retomar as suas atividades – num primeiro momento com 30% da capacidade. O protocolo com as medidas de segurança já foi publicado no Diário Oficial de Sergipe e prevê distanciamento entre as pessoas, uso de equipamentos como máscaras e produtos como álcool em gel de forma individual dentro dos estabelecimentos.
O retorno do segmento, no entanto, tem a resistência de alguns especialistas. A professora e médica pneumologista da Universidade Federal de Sergipe e do Hospital Universitário (HU), Luíza Dória, observa que Sergipe vive uma fase de descenso dos números, mas que requer ainda muito alerta. “Estamos em situação de platô, e nos últimos dias observamos um certo declínio [dos números]. Mas precisamos lembrar que o Amazonas entrou em declínio, mas [com a flexibilização] voltou a ter o crescimento de casos. Eu acredito que ainda é precoce esse retorno, por entender que a principal maneira de se prevenir e enfrentar o vírus é o isolamento social, junto com as medidas protetivas individuais”, justifica.
Pelo protocolo aprovado pelo Governo, as academias funcionarão neste primeiro momento com o agendamento dos clientes. Além disso, um período do dia deverá ser reservado para pessoas no grupo de risco para o vírus, como idosos. Para a médica, o alerta deve ser reforçado para as pessoas dentro desse grupo. “Eu entendo que essa não é o momento para essas pessoas se exporem. Quem é do grupo de risco só deveriam sair de casa em necessidade extrema. Não é porque há leitos disponíveis que dá para se expor, até porque a gente nunca sabe como a doença vai evoluir no nosso corpo”, frisa Luíza.
Entre atividades físicas nas academias e ao ar livre, a médica recomenda a segunda opção. “Em ambientes externos, a renovação do ar é mais rápida e as gotículas que carregam o vírus são dissipadas com maior facilidade. Claro que é preciso manter o distanciamento mesmo em locais abertos. Em ambientes fechados, além da circulação de ar ser reduzida, há mais superfícies que podem estar contaminadas”, alerta.
Para a pneumologista, o primeiro sinal de aumento de casos da doença já deve ser o suficiente para interromper a flexibilização, como forma de evitar novamente a superlotação dos leitos de UTI.
Fonte: Ícaro Novaes/Infonet