Entenda em cinco pontos as incertezas que pairam sobre o Enem 2021
RIO - A debandada coletiva de servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) — foram 37 pedidos de exoneração em protesto contra o presidente do órgão, Danilo Dupas — gerou um clima de insegurança em educadores e alunos a respeito da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para os dias 21 e 28 de novembro. Entenda em cinco pontos as dúvidas que pairam sobre a prova.
O Ministério da Educação (MEC) afirmou nesta segunda-feira que o cronograma do Enem está mantido e não será afetado pelos pedidos de exoneração em massa de coordenadores do Inep, responsável pela aplicação do exame.
- Funcionários trabalhavam com o Enem
A maior parte dos funcionários que pediram exoneração em protesto coletivo atuava no Enem. Eles ocupavam postos importantes na preparação e aplicação do exame. Na avaliação do presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação, Vitor de Angelo, não é possível imaginar que cargos vazios não possam prejudicar o andamento do Enem.
- Monitoramento de problemas
As principais consequências, segundo servidores, da saída deles devem ser no monitoramento e na resposta a eventuais incidentes que venham a ocorrer no dia da prova. No dia em que são realizadas as provas do Enem há equipes do Inep que monitoram os incidentes que ocorrem durante a aplicação para resolvê-los. Por exemplo, se há queda de energia em uma cidade e é preciso decidir se a prova será interrompida e os estudantes farão a prova em uma data de reaplicação.
As equipes que estão distribuídas pelo Brasil se comunicam com a coordenação em Brasília, que define como o problema será controlado. Isso vale não só para problemas relacionados a eventos naturais, mas qualquer tipo de problema que necessite de uma decisão central para conter danos.
- Perda de experiência
Entre os que deixaram o Inep, estavam nomes com muita experiência que dificilmente conseguirão ser bem substituídos a menos de duas semanas do exame. Helio Junior Morais, por exemplo, que coordenava a logística e monitoramento da aplicação da prova, estava no cargo há pelo menos sete anos. De acordo com servidores e ex-presidentes do instituto, é fundamental a atuação dos técnicos do Inep que já fazem o serviço há anos e sabem como responder com agilidade a problemas inesperados que podem surgir na aplicação da prova.
- Histórico de problemas
Todas as edições do Enem do governo Bolsonaro tiveram problemas graves. A primeira teve o maior erro de correção da história do exame. No ano passado, houve abstenção recorde, que chegou a 55% dos inscritos. Por fim, o exame deste ano já registrou a triste marca de menor número de candidatos.
- Futuro
A ausência de coordenadores impede técnicos de dar andamento a tarefas que poderiam ser simples, como o acompanhamento pedagógico do gabarito e a divulgação das respostas. Por isso, esse processo pode demorar mais do que o costume. Além disso, durante a aplicação do Enem há uma preparação já para o próximo ano que pode ficar prejudicada com a saída de pessoas experientes da coordenação do processo, como a mudança em regras do edital e procedimentos novos a serem incluídos na operação da próxima edição.
Fonte: Bruno Alfano/O Globo