Datafolha: QG de Bolsonaro comemora cenário de 2º turno, e QG de Lula intensifica ofensiva por vitória no 1º turno

Datafolha: QG de Bolsonaro comemora cenário de 2º turno, e QG de Lula intensifica ofensiva por vitória no 1º turno
Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes e Simone Tebet durante debate na TV Bandeirantes, em 28 de agosto — Foto: Miguel Schincariol/AFP, Carla Carniel/Reuters e André Penner/AP

A pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (1º) mostra estabilidade entre os dois líderes nas pesquisas, Lula (PT) e Bolsonaro (PL).

No QG de Lula, a avaliação é de que a pesquisa sinaliza que há um teto para os efeitos eleitorais do Auxílio Brasil e das outras medidas econômicas que visam a reeleição de Bolsonaro e que os desafios continuam os mesmos: furar o teto imposto pelas resistências dos setores médios e avançar junto aos evangélicos.

O foco de Lula, agora, é intensificar a ofensiva junto a mulheres evangélicas para tentar garantir uma vitória no primeiro turno. A estratégia será dizer que Bolsonaro mentiu ao prometer R$ 600 e prever R$ 405 de Auxílio Brasil, além de investir nas críticas à política armamentista de Bolsonaro - que afasta o eleitorado feminino.

O ex-presidente está com 45% das intenções de voto no primeiro turno da eleição presidencial, seguido pelo atual presidente, com 32%. Ciro Gomes (PDT) tem 9% e Simone Tebet (MDB), 5%.

Em relação ao Datafolha anterior, de 18 de agosto, Lula oscilou dois pontos para baixo, Bolsonaro se manteve estável, Ciro oscilou dois pontos para cima e Tebet cresceu três pontos percentuais -- ela foi a única dos quatro candidatos a variar para além da margem de erro.

Para petistas, o debate impactou no desempenho de Simone Tebet e Ciro Gomes - mas não creem em alteração que mostre mudança de cenário eleitoral no próximo período.

"Com o acirramento das estratégias para diminuir rejeições e estimular a dos adversários, setembro será decisivo para definir quando o resultado final ocorrerá - se no primeiro ou no segundo turno – sabendo que, neste, a rejeição vale mais que a aceitação acumulada.

"Será um setembro sangrento", diz um coordenador da campanha de Lula ao blog.

Reeditar 2018

A equipe do atual presidente comemora o cenário que indica possibilidade de 2º turno. Por isso, a estratégia será reeditar 2018, ou seja, associar Lula à corrupção e investir na pauta de costumes numa disputa isolada com Lula.

Outra estratégia é poupar Ciro Gomes, para não ter voto útil a Lula no 1º turno e excluir de vez a possibilidade de 2º turno.

O PT deve em focar nas investigações de compra de imóveis em dinheiro vivo pela família Bolsonaro.

A avaliação da equipe de Lula é que a economia - crescimento do PIB e queda dos preços de combustíveis - pode ajudar Bolsonaro num eventual segundo turno - por isso, trabalham também para encerrar a campanha no primeiro turno.

Fonte: Datafolha