DAGV investiga crime de racismo contra advogada em fórum de Socorro
O Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), por meio da Delegacia Especial de Crimes Homofóbicos, Raciais e de Intolerância (Deachri), informou que já recebeu a advogada Joyci Fernandes juntamente com a Comissão dos Direitos Raciais da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Sergipe (OAB/SE) para dar início as investigações sobre a denúncia de racismo feita pela advogada.
Joyci relata que foi vítima de racismo quando tentava entrar no Fórum Desembargador Pedro Barreto de Andrade, localizado no Conjunto Marcos Freire II, em Nossa Senhora do Socorro. A advogada contou nas redes sociais que foi parada duas vezes na entrada do local enquanto uma amiga branca que a acompanhava, também advogada, sequer foi barrada ou questionada. Segundo ela, providência deverão ser tomada tanto na esfera cível quanto na criminal.
Segundo o DAGV, a profissional esteve na unidade da Polícia Civil nesta quinta-feira, 22, para registro de Boletim de Ocorrência. “A Deachri confeccionou o BO, e o documento será encaminhado à DAGV de Nossa Senhora do Socorro, para abertura do inquérito policial, pois o possível caso de racismo aconteceu num Fórum situado na circunscrição da delegacia socorrense. A expectativa é que, nos próximos dias, os envolvidos comecem a ser intimados, para ouvidas por parte da Polícia Civil”, destacou em nota.
O presidente da OAB/SE, Danniel Costa, prestou solidariedade à Joyci e destacou que a entidade está empenhada na apuração dos fatos. “Hoje a advocacia está de luto. Porque quando um crime de racismo é praticado, todos nós morremos por dentro. Não adianta justificar ou procurar formas de amenizar a gravidade dos fatos. Institucionalmente, não vamos medir esforços para combater essa barbaridade”, escreveu Costa.
Danniel disse ainda que já passou do tempo de erradicar de uma vez por todas essas condutas preconceituosas. “Estamos com você, Joyci, e não vamos sucumbir em absolutamente nada”, salientou o presidente da OAB/SE.
TJSE
Em nota, o Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ/SE) afirmou que o Poder Judiciário sergipano repudia qualquer ato ou conduta que sugira ou configure o crime de injúria racial ou racismo. “A denúncia realizada pela advogada, assim que recebida de maneira oficial, será apurada com o rigor que o caso requer”, frisou.
Fonte: João Paulo Schneider/Infonet