Com espelho em goleada no Uruguai, Tite finaliza observação para a Copa com dois sistemas definidos
Aquele ataque com Neymar e Lucas Paquetá pelo centro do ataque e dois pontas - na formação mais ofensiva do treinador na Seleção - ainda existe no planejamento de Tite. Mas o treinador vai para os primeiros 45 dos últimos 90 minutos antes da Copa do Mundo com sistema que tem mais cara de estreia de Copa do Mundo - no dia 24 de novembro contra a Sérvia - do que o da partida contra Gana.
Tite só vai falar em coletiva de imprensa na parte da tarde, mas o ensaio de véspera teve os retornos de Danilo à lateral e de Fred ao meio de campo. Modelo semelhante ao que jogou contra o Uruguai, em outubro do ano passado, quando o Brasil levantou a Arena da Amazônia com a goleada por 4 a 1.
É o segundo modelo melhor definido de Tite para o Mundial. Um deles é o da última partida, com Lucas Paquetá recuado no meio de campo e dois pontas. O outro tem uma alteração importante. Sai Vini Jr., que teve primeiro tempo insinuante contra Gana e a quem Tite ainda resiste em considerar titular absoluto, e a entrada de Fred no meio de campo, provocando deslocamento de Paquetá.
Contra o Uruguai, em Manaus, Tite promoveu a estreia de Raphinha como titular. O então jogador do Leeds United, hoje contratado pelo Barcelona, fez grande partida. A equipe finalizou duas dezenas de vezes, foi agressiva e teve em Paquetá pela esquerda uma alternativa até então pouco usada por Tite, mesmo ciente da versatilidade do ex-jogador do Flamengo.
- É como contra a Coreia do Sul - dizia Tite, durante parte do treinamento nesse domingo.
Tite já repetiu que não pensa ainda em time titular e vislumbra a possibilidade de escalar a equipe, mexer no sistema e nos jogadores de acordo com os adversários.
Na partida de junho, que terminou 3 a 0 para o Brasil, a escalação inicial tinha Weverton, Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva, Alex Sandro; Casemiro, Fred, Lucas Paquetá, Raphinha; Neymar e Richarlison. A única diferença na escalação de terça são os desfalques, com a volta de Danilo e a entrada de Alex Telles. O lateral do Sevilha foi bem mais uma vez com a camisa da Seleção e ganhou pontos com a comissão técnica, no momento em que Alex Sandro está fora por lesão.
Time sem centroavante perde força
A equipe se organiza num 4-4-2, no qual tem Danilo, Marquinhos, Thiago Silva, Alex Telles, com Raphinha na direita, Paquetá do outro lado, Casemiro e Fred do meio de campo. Tite exige que Fred participe mais da criação nesse sistema. Contra o Uruguai, o meia do Manchester United se deslocou e deixou Neymar na boa para abrir o placar.
O treinador vai fazer alterações no segundo tempo. Dos 26 convocados, usou 17 na primeira partida. No segundo jogo, contra a Tunísia, entre os oito que não jogaram - com a exclusão de Bruno Guimarães, cortado por lesão -, saem jogando Weverton, Danilo e Fred. Vão restar o goleiro Ederson, o zagueiro Ibañez, o lateral Renan Lodi e os atacantes Roberto Firmino e Pedro.
O desempenho de Richarlison e a retomada em mais alto nível de Gabriel Jesus deixa a formação sem centroavante, na qual Neymar e Paquetá dividem o comando do ataque, com menos força entre as opções preferidas de Tite.
A partida contra a Tunísia, equipe que tem defesa considerada forte, vai ser mais essencial para as definições e últimas observações. Depois do jogo, a comissão técnica vai se reunir para avaliações no Brasil, prever as próximas visitas de atletas pelo exterior e receber relatórios de Sérvia, Suíça e Camarões, adversários da primeira fase na Copa do Mundo.
Fonte: Globoesporte.com