Após relato de Klara Castanho, Aline Campos diz que sofreu estupro no passado
Após o forte relato de Klara Castanho afirmando que sofreu estupro, engravidou e concedeu o bebê à adoção, outras famosas decidiram abordar o assunto e contar sobre situações de abuso que passaram. Aline Campos foi uma delas, que no Instagram revelou que também passou por situação similar.
"Pensem em uma mulher especial… @klarafgcastanho é luz e foi vítima de algo infelizmente ainda muito comum em nossa sociedade!! Eu já fui estuprada também…sim! Mas não com as mesmas consequências que ela! Mas e se tivessem tido as mesmas? Pode ser sim, que eu fizesse a mesma coisa ou que tivesse abortado de forma clandestina, cheia de riscos. Klara foi muito forte e corajosa por ter trazido esse assunto à nossa reflexão!", começou Aline.
Na sequência, a atriz fez apelo por compaixão por mulheres que passam pela situação. "Assim como ela, milhares são vítimas de estupro e abusos sexuais e ainda são vistas como culpadas pela massa da sociedade. Isso é muito sério!!! O que Klara e todas essas mulheres precisam é de um olhar amoroso, de compaixão, apoio e justiça! Com relação a mim, não se preocupem! Faz muito tempo e já trabalhei muito isso na terapia.. hoje sou mais forte por ter superado. Mas muitas que, por exemplo, não tem o apoio em casa ou não tem condições de fazer também terapia, acabam tirando a própria vida, seja literalmente ou vivendo para sempre atrás de um trauma que bloqueia a vida em todos os aspectos!", disse.
Para concluir, Aline elogiou novamente Klara Castanho. "Minha princesa de luz, gratidão por sua força e coragem! Você é e sempre foi uma mulher inspiradora… tenho certeza que vai superar e se tornar ainda mais potente!!!! Estamos com você e com todas essas vítimas!!!".
Depoimento de Klara Castanho
A atriz Klara Castanho, de 21 anos de idade, usou seu Instagram, na noite deste sábado (25), para fazer um relato emocionante de foi vítima de estupro e que engravidou. Além disso, o bebê foi entregue à adoção.
"CARTA ABERTA Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. Sempre mantive a minha vida afetiva privada, assim, expô-la desse maneira é algo que me apavora e remexe dores profundas e recentes. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada. Relembrar esse episódio traz uma sensação de morte, porque algo morreu em mim. Não estava na minha cidade, não estava perto da minha família nem dos meus amigos", começou a atriz.
"Estava completamente sozinha. Não, eu não fiz boletim de ocorrência. Tive muita vergonha, me senti culpada. Tive a ilusão de que se eu fingisse que isso não aconteceu, talvez eu esquecesse, superasse. Mas não foi o que aconteceu. As únicas coisas que tive forças para fazer foram: tomar a pílula do dia seguinte e fazer alguns exames. E tentei, na medida do possível e da minha frágil capacidade emocional, seguir adiante, me manter focada na minha família e no meu trabalho. Mas mesmo tentando levar uma vida normal, os danos da violência me acompanharam. Deixei de dormir, deixei de confiar nas pessoas, deixei uma sombra apoderar-se de mim", continuou.
"No dia em que a criança nasceu, eu, ainda anestesiada do pós-parto, fui abordada por uma enfermeira que estava na sala de cirurgia. Ela fez perguntas e ameaçou: 'Imagina se tal colunista descobre essa história'. Eu estava dentro de um hospital, um lugar que era para supostamente para me acolher e proteger. Quando cheguei no quarto já havia mensagens do colunista, com todas as informações. Ele só não sabia do estupro. Eu ainda estava sob o efeito da anestesia. Eu não tive tempo de processar tudo aquilo que estava vivendo, de entender, tamanha era a dor que eu estava sentindo. Eu conversei com ele, expliquei tudo o que tinha me acontecido. Ele prometeu não publicar. Um outro colunista também me procurou dias depois querendo saber se eu estava grávida e eu falei com ele. Mas apenas o fato de eles saberem, mostra que os profissionais que deveriam ter me protegido em um momento de extrema dor vulnerabilidade, que têm a obrigação legal de respeitar o sigilo da entrega, não foram éticos, nem tiveram respeito por mim e nem pela criança. Bom, agora, a notícia se tornou pública, e com ela vieram mil informações erradas e ilações mentirosas e cruéis. Vocês não têm noção da dor que eu sinto. Tudo o que fiz foi pensando em resguardar a vida e o futuro da criança. Cada passo está documentado e de acordo com a lei. A criança merece ser criada por uma família amorosa, devidamente habilitada à adoção, que não tenha as lembranças de um fato tão traumático. E ela não precisa saber que foi resultado de uma violência tão cruel. Como mulher, eu fui violentada primeiramente por um homem e, agora, sou reiteradamente violentada por tantas outras pessoas que me julgam. Ter que me pronunciar sobre um assunto tão íntimo e doloroso me faz ter que continuar vivendo essa angústia que carrego todos os dias", completou.
Fonte: Quem News/Globo.com