Análise: Flamengo vence, mas ainda carece de consistência para ir além de respiros na tabela
Como efeito imediato na tabela, foi fundamental. Como performance de um time que briga pelo título, ainda muito abaixo do esperado.
A vitória do Flamengo sobre o Santos, na Vila Belmiro, na tarde de domingo deve ser analisada por dois pontos de vistas. Caberá ao torcedor escolher o copo meio cheio ou vazio.
Do ponto de vista imediato, é fácil e simples. Com o Inter dez pontos na frente no início do domingo, manter essa distância em “somente” sete era primordial. O Flamengo pula para parte de cima da tabela e ganha dias de paz para arrumar a equipe. E é isso.
Números da Partida
Santos x Flamengo
Posse de bola - 53% x 47%
Faltas cometidas - 14 x 26
Finalizações - 22 x 10
Finalizações no gol - 5 x 6
Escanteios - 9 x 2
Do ponto de vista do longo prazo, a exibição diante do Peixe deixa mais dúvidas do que certezas. O dono do melhor elenco do Brasil precisa sofrer tanto para vencer? O dono do melhor elenco do Brasil deve jogar no contra-ataque? O dono do melhor elenco do Brasil pode errar tanto tecnicamente?
A culpa não é somente de Dome. Óbvio que não. Podemos apontar aqui pelo menos cinco chances claras desperdiçadas por Gabriel e Michael, que tornariam a percepção do jogo totalmente diferente. Mas também não dá para negar que o Flamengo perdeu sua identidade e não dá indícios de uma nova.
É inimaginável um time reativo com a quantidade de talento que Domènec tem à disposição. Ou seja, pensando nas próximas 32 rodadas, dificilmente o que se viu na Vila será a regra do Flamengo.
O time teve menos posse de bola contra um time brasileiro pela primeira vez desde a derrota para o próprio Santos em dezembro: 53% x 47%, mas que chegou a 65% x 35% quando o Peixe teve dois gols anulados pelo VAR.
O Flamengo de domingo correu mais atrás da bola do que a teve em seus pés. Foi mais competitivo do que nos últimos jogos? Sim. Melhorou bastante no segundo tempo? Sim. Mas os três pontos não devem ter mais peso do que o que tem na tabela.
Há diferenças básicas e nítidas em relação ao time supercampeão. A marcação pressão deu lugar a uma correria desenfreada de Gabriel na frente, enquanto um bloco maior aguardou o Santos a partir do grande círculo.
O espaçamento entre os setores também chamou a atenção. O Flamengo ampliou o campo, os jogadores estão mais distantes. Bruno Henrique e Gabriel jogam afastados e dialogam menos.
Como o próprio Dome disse em coletiva, há várias maneiras de vencer. A dele é diferente da que o Flamengo estava acostumado. Venceu, mas ainda carece de sintonia fina.
Fonte: Cahê Mota/Globoespsorte.com